Resistência

Aprendamos com Manuela

Lute como uma garota | Ilustração: @designativista

E quando parecia ser tudo derrota,
Ela veio.

E disse com uma firmeza ainda mais assentada:
Perdêramos uma batalha, 
mas a luta segue, amigas, camaradas!
E a gente pensou… como  pode? Tão forte!

Então, democrática e serena, ela nos contou seu segredo.
Disse-nos porque tinha fé.

E ela chamou sua força e a mostrou diante de todos:
– seu esposo, seu enteado, sua filhinha.
Era essa a sua Fortaleza.

Mas, olhando melhor, ao redor, 
perto dela, 
no mesmo espírito de união e amor pela cidade, há líderes do povo.
E há as mulheres,
a juventude e as crianças,
as mães e muitos pais, todas as cores, idades, amores,
e os sonhos, e a verdade
e todo o universo. 

A força de Manuela é 
a força das pessoas comuns.

Elas perdem, elas ganham, elas lutam, mas 
jamais desistem.

Assim nossas mães nos ensinaram.

E esses elos frágeis, evanescentes,
de seres humanos tão limitados,
à luz do Coletivo,
da História.
Oh! Quanta potência! Quanta transformação!

E nós que ansiamos tanto pela alvorada, 
é certo que verteremos uma lágrima.

Mas olhamos para o que se ergueu indômita, 
numa semeadura por entre pedras…
Cada semente que cresceu tem o brilho dos sóis, porque filha do combate, filha da provação. 
E olhamos os aliados, olhamos uma ampla resistência.
Que importa se a hora não é agora?!
Com o povo saberemos fazer a hora.

É preciso sentir o cheiro da chuva.
Já podemos sentir nos ossos a chuva que vem?
É preciso semear. 
É preciso lutar.
Aprender a resistência com ela,
Manuela.

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