Os jovens na trilha do heroi

Em qualquer lista de maiores brasileiros que se fizer, um nome certamente será unânime: Cândido Mariano da Silva Rondon. Como disse Machado de Assis sobre os Andradas, a natureza não costuma produzir homens da cepa deste militar, sertanista e geógrafo que, em exemplar trajetória de vida entre 1865 e 1958, engrandeceu a espécie humana.

Rondon dá nome a um programa que leva universitários ao Brasil profundo, conectando jovens urbanos aos sertões remotos para um encontro de saberes. Os jovens aplicam o que estão aprendendo na universidade, e as populações atendidas mostram a eles uma face que pouco conhecem desse país tão desigual. O Projeto entrou esses dias em mais uma etapa, que começou por Mato Grosso.

Criado em 1967 e suspenso em 1989, foi retomado em 2005 por proposta da União Nacional dos Estudantes (UNE) e, desde então, marcou presença em 830 municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mobilizando aproximadamente 14 mil professores e estudantes. É uma ferramenta da formação do universitário como cidadão, para aproximá-lo das carências a serem superadas pelo desenvolvimento, e imprimir nos jovens senso de responsabilidade social coletiva, com amor ao Brasil.

Só o fato de, embora em escala reduzida, seguirem os passos desse herói do povo brasileiro, emulando sua dedicação à causa nacional, os estudantes adquirem uma visão do mundo mais rica e transformadora. Abolicionista e republicano, Rondon integrou uma geração de militares que projetou um Brasil mais justo, próspero e integrado, baseado na liberdade, igualdade e fraternidade. Instalou linhas telegráficas, semeou cidades, inspecionou fronteiras, mapeou rios, e formulou uma política indigenista que, ainda hoje, sobressai como a mais adequada à proteção e integração dos primeiros brasileiros à sociedade nacional.

Homem bom e puro, deixou uma obra de valor universal, que se perpetua e valoriza na sede de transformação social que ilumina a utopia da juventude.

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