Os comunistas se preparam para derrotar novamente o fascismo

Há 97 anos, os comunistas brasileiros são tudo o que o fascismo que, por ora, governa o Brasil, tem aversão: justiça social, pluralismo político, tolerância ideológica, respeito às múltiplas religiosidades, combate à fome, à pobreza e às desigualdades; riquezas distribuídas a todo o povo e soberania nacional. Por isso, os comunistas foram atacados por todas as versões de ultradireita desde que o PCdoB foi fundado, em 1922.

O problema de Jair Bolsonaro é com o comunismo, com a base filosófica que propõe libertar os trabalhadores e as demais opressões da ilusão de consumo capitalista, enquanto são expropriados no processo de construção desta fantasia, o néctar da ideia que o ex-presidente Lula se propõe a representar. E nós aceitamos o desafio.

É com este espírito que o Partido Comunista do Brasil realizará sua conferência de Pernambuco, nesta quinta e sexta, 14 e 15 de novembro, para debater e aprovar o seu projeto eleitoral para 2020, além de escolher os integrantes do comitê estadual. Também estará em pauta a discussão do Projeto de Resolução Política e de Construção Partidária, aprovado pelo Comitê Central em agosto. Em Pernambuco, o partido mais antigo do País, no qual me sinto bastante acolhido e honrado desde que me filiei após deixar o PT, sem, contudo, jamais abrir mão do Lula livre e da defesa de seu legado, chega a sua conferência estadual realizando etapas municipais em 40 cidades do nosso estado e deve lançar candidaturas majoritárias em 30 delas.

Hoje, o empenho do partido, nesta quadra conturbada da vida brasileira, é ampliar e fortalecer a oposição diante do governo Bolsonaro, declaradamente inimigo da democracia e da justiça social. Iremos discutir em nossa conferência a escalada autoritária contra a liberdade e de ataque às instituições, entre elas, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF), e também a imprensa.

O presidente, conforme afirma o PCdoB em sua resolução, mina o equilíbrio entre poderes da República com uma gestão de Estado que viola a segurança jurídica e visa a desestruturá-lo. Arbitrariamente, usa a presidência para perseguir jornalistas e governadores, e retaliar democratas e patriotas. Essas práticas típicas de estado de exceção são indispensáveis para Bolsonaro tornar realidade seu projeto de impor um Estado autoritário-policial e blindar seu clã e seu governo.

Temos um presidente que se empenha na difusão do ódio e do preconceito enquanto avança na implantação de uma agenda que, após a reforma da Previdência, resultou em grandes retrocessos aos direitos dos trabalhadores. A Petrobras está sendo vendida. Depois da BR Distribuidora, serão mais oito refinarias. Anuncia-se um plano pelo qual, das 122 empresas estatais, só restarão 12. Na lista constam os Correios e a Eletrobrás. Além disso, os bancos públicos estão sendo enfraquecidos; e o exemplo maior disso é o desmonte do BNDES. Tudo isso, e talvez por causa disso, o país terá como retorno um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1%, ou nem isso.

Para elevar todas as suas concepções antipovo, antinacionais e antidemocráticas, Bolsonaro vai criar um grande partido conservador chamado Aliança pelo Brasil, remontando à odiosa ARENA da ditadura militar, unindo o que de pior existe como exemplo r prática política: éticos de ocasião, magistrados parciais, misóginos armados, abusadores de autoridade policial, fanáticos religiosos, lobistas do mercado financeiro, militares entreguistas e ressentidos, apologistas da tortura, exterminadores do futuro do meio ambiente, playboys deslumbrados e ricos avarentos.

Temos pela frente não apenas o desafio eleitoral: ao mesmo tempo em que os cavaleiros do Apocalipse chamarão o povo a se a se enganarem com suas mentiras, nossa conferência vai oferecer uma alternativa de organização política e social libertadora e revolucionária.

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