O Impasse

Veio do regime ditatorial a nefasta máxima sobre as esquerdas, e os comunistas em particular, de que para elas “quanto pior melhor”. Trata-se de uma mentira deslavada, contrária aos fundamentos humanistas assentados na filosofia que dão substância aos mar

Essas forças são herdeiras históricas, em última instância, da revolução francesa, dos ecos da Marselhesa, do lema: liberdade, igualdade e fraternidade. Evidente que existem, até hoje, os defensores do absolutismo aristocrático, das trevas medievais.
Portanto, quanto pior, mais trágica será a realidade social, o sofrimento dos deserdados, a ausência das liberdades, individuais e coletivas, a inexistência de um mundo mais generoso, da justiça e do Estado de Direito.


 



Reafirmo esses princípios e vou direto ao assunto. Alagoas tem sido manchete diária nos principais órgãos de comunicação da mídia nacional em conseqüência da persistente crise na área da saúde que perdura há meses. Tal crise possui raízes estruturais no Brasil e em particular no Nordeste.


 



A concentração da renda é um dos fatores que explicam a miséria nordestina e alagoana. O aparelho de Estado, ao longo dos tempos, com raros períodos de exceção, mas que não conseguiram alterar a realidade,  serviu aos objetivos de uma minoria sempre mais opulenta, marginalizando a grande maioria da sociedade.


 


 
Mas as injustiças sempre voltam ao presente como um bumerangue e de maneira cada vez mais gritante. Na História não há bandidos e mocinhos como nos filmes de faroeste americano. Existem interesses de classes, projetos distintos etc.


 



Na crise da saúde, o governo federal confessa que herdou uma deficiência crônica nos recursos para o setor que lida com vidas humanas, apesar dos investimentos nos últimos anos. Os servidores com os salários defasados, o governo estadual declara não ter excedentes para atender às exigências proclamadas.


 



A gravidade da situação exige respostas objetivas. O impasse é dramático e torna-se fundamental a mediação, uma saída honrosa. Caso contrário seria imprevisível a reação popular e o governo ver-se-ia diante de uma convulsão social. Passaríamos ao porrete e a dignidade se firmaria a machadadas, como dizia o poeta Torquato Neto.

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