O centro do debate no segundo turno

Qual deve ser o centro do debate no segundo turno da eleição presidencial – a questão da ética e do combate à corrupção ou os desafios do desenvolvimento do país? O noticiário registra a intenção do PSDB de privilegiar a ética, e que o presidente Lula ter

Evidente que a era FHC em nada se assemelha a um paraíso da ética e da moralidade pública. Falta autoridade a pefelistas e tucanos para esgrimir o tema como diferencial em relação ao que representa o atual presidente da República. Quem não recorda do monte de escândalos registrados na esfera federal, inclusive do rumoroso caso da escuta telefônica envolvendo a intervenção do próprio Fernando Henrique, em favor de determinado grupo, no processo de privatização das empresas estatais de telecomunicação? A revista Carta Capital publicou tudo em detalhes, e só não aconteceu uma CPI para investigar o ocorrido porque a maioria parlamentar liderada pelo PFL e pelo PSDB impediu.


 


 


De outra parte, no governo Lula os casos de corrupção registrados – em geral alimentados desde governos passados -, têm sido investigados, os implicados afastados de suas funções e submetidos aos processos judiciais. A Polícia Federal, o Ministério Público e a Controladoria Geral da União ganharam a liberdade de ação que antes jamais se verificara, avançando, na prática, no combate real à corrupção.


 


 


Não há razão, pois, para fugir do debate centrado na ética. Porém certamente muito mais importante é mesmo estabelecer o contencioso entre os distintos modelos de desenvolvimento que cada candidatura encarna.


 


 


De um lado, o presidente Lula, que no seu primeiro mandato gerou condições para dar um passo adiante na direção do desenvolvimento com distribuição de renda, com valorização do trabalho e em bases soberanas e democráticas; e do outro, o ex-governador paulista Alckmin, que representa o retorno ao modelo de desenvolvimento concentrador da produção e da renda, socialmente excludente e subserviente aos interesses rentistas do país e do exterior.


 


 


Essa temática, portanto, além de conter o que há de mais importante a considerar na escolha a ser feita pelo eleitor, também é a que melhor se presta à formação de uma consciência social avançada, indispensável à construção de uma nação efetivamente soberana e progressista.

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