O casamento de Emília e o “grande acordo nacional”

O STF precisará do apoio consequente de todos os democratas brasileiros para restabelecer sua autoestima e, a partir daí, sair da depressão em que se encontra.

STF - Reprodução da Internet

Rabicó era um porco, mas tinha título de Marquês. Bolsonaro era (e é) um fascista, mas tinha o status de capitão, disposto a fuzilar “petralhas”. De tanto Emília sonhar em se tornar uma princesa, sujeitou-se a casar com um porco que pensava ser da realeza. De tanto querer tirar o PT da presidência, o STF aceitou carimbar a faixa presidencial de um ditador, imaginando poder domesticá-lo.

O casamento de Emília com o Marquês de Rabicó foi arranjado por Pedrinho e Narizinho. O enlace de Bolsonaro com a presidência da República foi orquestrado “num grande acordo nacional, com o Supremo, com tudo”.

Mas Emília é safa e, desde que o Doutor Caramujo lhe deu uma pílula falante, passa a lábia em todo mundo. Já os ministros do Supremo lembram mais a figura do Visconde de Sabugosa, cheios de conhecimento enciclopédico, mas incapazes de dialogarem com a sociedade.

Hoje o STF está refém daquilo que plantou. Foi deixando a água correr. Abusos e mais abusos foram sendo permitidos. Tudo em nome de um “grande acordo nacional”. Agora, estancar a sangria pode ter um preço altíssimo.

A impressão que se tem é que nunca antes na história o Supremo Tribunal Federal teve uma imagem tão desgastada perante a sociedade brasileira. Ao ser pautado pela mídia, querendo fazer média para o público, é hoje bombardeado tanto pela esquerda (por ter legitimado o Golpe de 2016) quanto pela extrema direita (por impedir Bolsonaro de governar sozinho o país como déspota).

Como pôr fim a esses relacionamentos abusivos? Emília pôs Rabicó para correr. Deu-lhe um pontapé em seu traseiro. E o STF? Como desvencilhar-se de uma relação marcada pela violência e ameaças crescentes?

O recente caso da prisão do deputado bolsonarista e defensor do AI-5 é apenas uma sinalização de basta aos sucessivos abusos perpetrados contra a combalida democracia brasileira. O STF precisará do apoio consequente de todos os democratas brasileiros para restabelecer sua autoestima e, a partir daí, sair da depressão em que se encontra. E quem sabe voltar a erguer a cabeça e se indignar contra os pitos que alguns generais andam lhe passando nos últimos anos, recusando-se a esse permanente assédio moral.

Bom mesmo se tivéssemos um pouco do pó de pirlimpimpim e pudéssemos nos teletransportar para uma outra realidade. Mas como ficção e realidade são distintas, só nos resta juntar toda a bicharada desse sítio chamado Brasil a fim de derrotarmos o inimigo maior. Ou é isso, ou a Cuca te pega.

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