O apagão e o poder

O recente apagão aéreo que vem enervando milhões de brasileiros há meses transformou-se em um sério problema de ordem política. Em seu momento culminante provocou o fechamento de todos os aeroportos do país. A oposição conservadora movimenta-se freneticam

Combate os controladores dos vôos, a Aeronáutica, e em seguida, percebendo a perplexidade do governo diante do caos, passa a responsabilizá-lo por uma suposta crise militar. Acostumada à postura autoritária de onde é originária, conspira, não faz oposição.
Aliás, desde o primeiro mandato do atual presidente da República é a única coisa que faz, com as exceções de praxe. Movimentos desestabilizadores são distintos do legítimo espírito oposicionista.


 



Nesta quarta-feira passada um Senador declarou em discurso, transmitido pela TV Senado, que o presidente havia destruído as estradas federais e o pior, a disciplina militar, ao anistiar os controladores da Aeronáutica.  Afirmou que a crise teria passado a uma ordem de maior gravidade, a incompatibilidade entre o presidente e as forças armadas.
O discurso mudava. A origem da crise não era mais decorrente da prerrogativa da Aeronáutica sobre o espaço aéreo nacional. Os conservadores defendiam anteriormente a sua desmilitarização.


 



Detestam soluções negociadas com base no espírito democrático, mesmo que implique em demora nas soluções ou mesmo erros de condução. Não foram formados nesse barro, os últimos cinqüenta anos demonstram o contrário.


 



Sempre viveram buscando soluções que alterassem a vontade das urnas através de caminhos não recomendáveis ao Estado de Direito Democrático.


 



Conspiraram no período eleitoral passado quando perceberam a iminência da derrota inevitável. Queriam o golpe em plena campanha presidencial. Só não conseguiram seus intentos pela reação popular. Foram derrotados por uma imensa votação. Tentaram, sem sucesso, impedir a posse do presidente através de ação judicial.


 


 
Falam sobre a real precariedade das estradas federais, como se em quatro anos o governo tenha se dedicado a destruir tudo e sem a eficácia para construir nada. O apagão elétrico, na era FHC, as estradas horríveis, o trafego aéreo, representam dezenas de anos de descaso. O que não exime em um milímetro a responsabilidade, a solução dessas e outras questões pelo atual presidente.

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