Mais uma vitória popular

A vitória de Daniel Ortega, na Nicarágua, amplia a resistência mundial ao neoliberalismo e consolida uma tendência que vem se expressando no continente americano, especialmente no Brasil, Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Venezuela.

Esses governos, com erros e acertos, com maior ou menor conseqüência no combate à política neoliberal, são fundamentais na construção de um outro mundo que tenha como objetivo central a soberania nacional, o crescimento econômico sustentável e a valorização do ser humano. Tudo o que o neoliberalismo abjura.


 



Tais governos não são o objetivo em si, mas parte do processo de resistência. Somam-se a outras importantes vitórias antineoliberais ao redor do mundo. Dependendo do êxito desses governos, eles servirão de referência para outros povos que se juntarão a essa onda de resistência.


 



E esse é o debate estratégico do momento: resistir ou aplicar a política neoliberal, caracterizada pela submissão das nações aos Estados Unidos, pelo desmonte dos estados nacionais, pelas “privatarias”, por crescimento econômico irrisório ou negativo e pela supressão de direitos sociais e trabalhistas.


 



Como se sabe, essa política foi desenvolvida por Friedrich Hayek e sua confraria ainda de década de 40, mas só se tornou hegemônica nos anos 90. Nesse período apenas as correntes revolucionárias mais conseqüentes ousaram discordar dessa “unanimidade” imposta pelo “consenso de Washington”.


 



O que possibilitou a aplicação dessa política desastrosa mundo afora foi a combinação da existência de governos impatrióticos e submissos aos Estados Unidos com a situação de defensiva estratégica em que se encontrava o movimento popular, especialmente após a crise do socialismo.


 



Assim, dialeticamente, a vitória de governos populares ajuda a criar as condições objetivas para que o movimento popular passe a ofensiva política.

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