Lula: agora e depois

Estamos a três dias do pleito. Cada minuto agora equivale a horas numa guerra eleitoral que se acirra e ganha contornos dramáticos quanto à disputa presidencial. A julgar pelos dados das sucessivas pesquisas publicadas, a ofensiva das oposições, com fenom

Para nós, tudo bem. Para “eles”, tudo mal, porém a luta prosseguirá incontinenti. É que valerá a máxima de Carlos Lacerda outrora desferida contra Juscelino Kubitscheck: “não devia ser candidato; não pode ganhar; e se ganhar não deve tomar posse; e se tomar posse é preciso derrubá-lo”. Outra não pode ser a compreensão das iniciativas tomadas pelo PSDB e pelo PFL, com guarida inclusive do TSE, a partir do incidente da tentativa de compra de um dossiê contendo informações relacionadas com supostas irregularidades cometidas no Ministério da Saúde, na gestão do atual candidato a governador de São Paulo, José Serra.


 


Em resumo, a tática do núcleo oposicionista se direciona para três objetivos concatenados. O primeiro, que parece muito difícil, seria impedir a vitória de Lula já no primeiro turno. O segundo, na hipótese de Lula ser reeleito domingo, prosseguir imediatamente as manobras destinadas a questionar a legitimidade da reeleição, argüindo com atos ilícitos atribuídos a ex-auxiliares do presidente. Terceiro, operar via Judiciário e também através do Congresso Nacional, no intuito de interromper o mandato presidencial. Ou seja: um plano golpista bem à moda da velha UDN, na melhor tradição antidemocrática da elite brasileira.


 


Nesse quadro, importa não apenas uma vitória expressiva de Lula domingo próximo, como a eleição de uma maioria de governadores, deputados federais e senadores sintonizados com o presidente reeleito – para assegurar condições de governabilidade e repelir com vigor a trama golpista.


 


A nova correlação de forças resultante das urnas (possivelmente favorável) é uma das condições indispensáveis ao bom êxito do segundo mandato do presidente Lula. Vale dizer: para a concretização da plataforma de desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho e consolidação do perfil soberano da nação brasileira.


 


Outra condição é um ajuste no comando político do próprio governo, garantindo nitidez de propósitos, coesão e capacidade operacional.


 


Uma terceira condição – a recuperação do PT como partido político capaz de contribuir de maneira coerente e continuada para o sucesso do governo e para a viabilização do projeto desenvolvimentista – no cenário atual, só Deus sabe em que dimensão pode vir a acontecer, tal a fragmentação político-organizativa do partido e tamanho o desgaste da legenda perante a opinião pública.

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