Em queda, campanha Alckmin tenta forjar ''fato espetacular''

Analistas de pesquisas alardeiam que só um ''fato espetacular'' pode dar alguma esperança à candidatura Alckmin. Acontece que não é da índole dessa direita brasileira ficar à espera de fatos espetaculares. Se eles não surgem, trata-se, ora, pois, de fo

No final da semana passada, pesquisas internas da campanha tucana já haviam detectado a queda de Alckmin que agora é confirmada pelo Datafolha. Repete-se, então, neste momento, algo presente desde o início da campanha. 


 


Quando Alckmin cai, quando o incenso da derrota queima, o PSDB e o PFL, integrantes de uma direita que só respeita a democracia quando ganha, tramam manobras à margem da disputa democrática e recorrem a velhos expedientes golpistas.


 


A trama segue um itinerário viciado. A revista ''Veja'' publica uma mentira que é reverberada pelos demais veículos da mídia. Em seguida, o comando da campanha de Alckmin proclama que a ''tão grave'' denuncia precisa ser esclarecida e investigada. A ''denuncia'' de ''Veja'' ganha num par de horas status de verdade.


 


Nesta semana, a falsidade em tela é uma chamada ''operação abafa'' que seria chefiada pelo ministro da Justiça para ''blindar'' o presidente Lula. A Polícia Federal que estourou o esquema da compra do dossiê estaria demorando, de caso pensado, o desvendamento sobre a origem do dinheiro apreendido.


 


Aí então, os presidentes do PSDB e do PFL, tendo como pajem o presidente do PPS, entram em cena, isto sim de caso pensado, com o objetivo de provocar instabilidade no processo sucessório. Tendo como base, apenas a suja reputação da revista ''Veja'' protocolam petições no Tribunal Superior Eleitoral que colocam sob suspeição instituições da República, como a Polícia Federal e assacam contra a honorabilidade do ministro da Justiça.


 


Analistas de pesquisas alardeiam que só um ''fato espetacular'' pode dar alguma esperança à candidatura Alckmin. Acontece que não é da índole dessa direita brasileira ficar à espera de fatos espetaculares. Se eles não surgem, trata-se, ora, pois, de forjá-los, inventá-los. Nada é vergonhoso, ''vergonhoso é perder'', diz um dos postulados da ética tucana herdada da velha direita tropical.


 


Por isso, espalham aos quatros ventos que a Polícia Federal está sob o comando dos interesses da campanha de Lula. Omitem o fato de que ela, a Polícia Federal, no exercício livre de suas responsabilidades, estourou a compra do dossiê e prendeu os ''aloprados''. Esse fato e o uso que dele fez a mídia, segundo a opinião de nove entre dez analistas, criaram as condições para a campanha de Alckmin arrastar a disputa para o segundo turno.


 


O jornal Folha de São Paulo, na edição de hoje (18), publica editorial no qual exige que a Polícia Federal agora e ''já'' diga de ''onde vem o dinheiro''. Ora, as investigações da Polícia Federal se realizam sob o acompanhamento do Poder Judiciário. Na última segunda feira, a Justiça deferiu o requerimento da PF que solicitava mais trinta dias de prazo para concluir as investigações.


 


Por outro lado, resultou em fiasco a tentativa do trio golpista (PSDB, PFL, PPS) de arrancar do presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Sandro Avelar, algo que desse crédito à ''operação abafa''. Constrangido e com a cara de idiota, Jereissati ouviu o delegado Avelar negar que exista a tal operação e ainda seu testemunho de que a investigação está sendo conduzida de forma isenta.


 


A campanha de Alckmin e os veículos de comunicação alinhados, ao darem uma espécie de ultimato à Polícia Federal e ao próprio Poder Judiciário exigindo dessas instituições da República que ''agora e já'' esclareçam a origem do dinheiro, na verdade, é que revelam abertamente a pretensão de que tais instituições sejam parciais e atuem segundo os interesses da oposição.


 


É como se desabafassem em público: ''não vêem que a campanha de Alckmin precisa, urgentemente, de um fato espetacular”;'' não vêem que precisamos de uma tábua de salvação”.


 


Todavia, o trio golpista trabalha, também, noutra frente. Se o'' fato espetacular'' não surgir por parto natural ou artificial e a derrota se confirmar, a oposição ameaça buscar soluções à revelia da vontade das urnas. Por isso, faz acumular petições no Tribunal Superior Eleitoral que dêem margem para posteriormente questionarem a legitimidade da vitória de Lula e assim quem sabe, conforme os ventos, tentarem impedir a posse do eleito.


 


Acerta, portanto, o presidente Lula quando conclama seus eleitores e militantes de sua campanha para não caírem no erro da acomodação ante a divulgação de pesquisas favoráveis. Muito ao contrário deve se aproveitar o momento para massificar ainda mais a campanha nas ruas e praças.


 


Ainda faltam onze dias. Que cada um, que cada uma, mantenha-se no seu posto, e ''sustente o fogo.''.


 



 

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