Documentário “Racionais MC’s – Das Ruas de São Paulo pro Mundo”

Os Racionais MC’s não são tão distinguidos no mundo social da música brasileira pelo público branco, e o filme mostra muito bem por quê.

A trajetória dos Racionais MCs está no documentário "Das ruas de São Paulo pro Mundo" (Foto: Divulgação)

Essa madrugada encontrei na Netflix um documentário sobre o grupo musical Racionais MC’s, que me deixou interessado e realmente satisfeito com o que vi. A direção foi da cineasta Juliana Vicente, mas esse filme “Racionais: Das ruas de São Paulo pro Mundo” tem a sua consistência principalmente nos que funcionam como atores, e não muito particularmente na equipe técnica. Está claro que a equipe foi importante, mas o que se destaca mesmo é o que está sendo mostrado pelos intérpretes. Eles na verdade não são atores, mas interpretam e com a força do que querem mostrar.


Os Racionais MC’s não são tão distinguidos no mundo social da música brasileira pelo público branco, e o filme mostra muito bem por quê. E os depoimentos são muito bem organizados para deixarem ver o que são esse grupo musical formado por grupo de negros do mundo paulistano.


Na ficha técnica temos os depoimentos de Eliane Dias, Meire de Jesus, Luiz Serafim, Dexter e Dona Lourdes. E também da Família Racionais. E também estão presentes Edi Rock, Ice Blue, DJ KL Jay, e uma marca que eles colocam é a expressão “extendedCreditsMoreLabel”. Na verdade, depois de assistir a esse documentário, fiquei triste por não conhecer realmente esse grupo musical.

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É um filme simples, mas com uma continuidade esclarecedora. Os participantes mostram que, embora não tivessem um conhecimento sobre a realidade, foram levados a um aprofundamento e talvez seja esse um dos poucos filmes brasileiros que deixam passar a cultura vivida pelos negros brasileiros e mesmo a determinação da importância do povo negro. Um deles comenta que eles passaram a frequentar os restaurantes de São Paulo quando começaram a ganhar muito dinheiro, e sentiram como os negros estavam fora dos restaurantes. E diz: “eu comecei a ver quanto eu precisava que os brancos que estavam lá tinham que se sentir mal com a minha presença”.


“Racionais: das ruas de São Paulo pro mundo” é uma produção de 2022 e me parece ficar como um verdadeiro documento musical cultural. Certamente, mostrando o porquê dos incidentes que algumas vezes aconteceram com eles. Mesmo com o sucesso, certo que eles já sofreram a ação do preconceito.
Sem dúvida, é pela presença deles que o rap é conhecido e aclamado.


Olinda, 07. 02. 23


Uma leitura acompanhada


Acabei de ler que o escritor Mario Vargas Llosa entrou para a Academia Francesa de Letras. Então me lembrei dos anos 1980 quando eu era casado com Teresa e tivemos um tempo em que éramos leitores de Mario Vargas Llosa. Entre os livros que lemos estavam “A casa verde”, “Conversa na catedral”, “Pantaleão e as visitadoras”, “Tia Júlia e o escrevinhador”, “A guerra do fim do mundo”. Me lembro que comprei “A festa do bode” e parece que Teresa leu e eu não li em solidariedade a Gabriel García Márquez, e contra a posição de direita que Llosa começou a adotar. Mas tenho a impressão de que o fato principal para deixar de ler os livros de Mario Vargas Llosa foi a saída daqui de casa de Teresa, e assim não tive mais o seu estímulo para ler esse escritor que na época nos encantou. Tenho a impressão de que ele escrevia de forma tão divertida quanto um Jorge Amado, e com uma forma mais bem apurada. Mario Vargas Llosa sem dúvida é um dos nossos e sem dúvida não se deixou dominar totalmente pela política, por isso mesmo tem uma grandíssima produção tanto de romances, quanto de teatro e de ensaios.


Olinda, 08. 02. 23


Sistema bancário aberto


A pauta principal do J10 do GNEWS hoje foi a questão levantada pelo Presidente Lula, do Banco Central com sua autonomia estabelecer um juro de 13%. Não sei tecnicamente o que acontece com esse padrão. Mas o que acho é que o sistema bancário brasileiro não pode estar subordinado a uma orientação bolsonarista e assim não obedecer ao Governo. O Presidente tem que ter autoridade geral e não deixar que algo tão importante seja controlado por alguém que tem uma visão política diversa contrária.

Olinda, 09. 02. 23

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