Democracia e alternância

Aos que adotaram a atividade política como um causa nobre, ligada às transformações da sociedade, aos caminhos promissores do Estado como indutor de políticas públicas ao desenvolvimento econômico e social, torna-se imprescindível a convivência na democra

Aos partidos e organizações de esquerda há o desafio de superar esquemas históricos de outros tempos, de outras épocas. Momentos vitoriosos além de gloriosos para os oprimidos da terra, contra o jugo dos colonialistas ou neocolonialistas, os impérios de todos os tempos.


 



O processo histórico não se move para o passado, em sentido contrário ao presente ou ao futuro. Importa, igualmente, conceber, na melhor tradição marxista, projetos, ideologias, estratégias e táticas que possibilitem, na atualidade, a emancipação nacional e social da nação, porque o Brasil, antropologicamente singular, não foge a essa premissa. Não se trata de ignorar as imensas contribuições, os clássicos ou as extraordinárias experiências transformadoras, tesouros de cultura política universal da humanidade.


 


 
Mas construir através de esforço teórico, político, as saídas, em um mundo completamente diverso, mais complexo e sob condições bem mais implacáveis e sofisticadas de dominação.


 



Digo isso e observo, por exemplo, as circunstâncias dramáticas em que se encontra Alagoas. Após dois meses e vários dias de instaurado o atual governo, não conheceu um só dia em que algum tipo de crise não tenha surgido.


 


 
O povo encontra-se assustado. Seria essencial ao novo grupo executivo sob a direção do governador Teotônio Vilela uma reflexão geral e profunda sobre o contexto atual. Inclusive nas negociações com os servidores da educação, buscando uma solução acordada.


 



A crise não é setorial, possui caráter político. Por isso, compete à oposição atuar com firmeza no seu papel ao lado das demandas sociais, estruturais ou conjunturais, através de propostas concretas. Porém, elementos novos e graves vão se acumulando ao quadro geral.


 



Os alagoanos vivem dias de incertezas. E diferente do preconceituoso estigma atribuído às esquerdas, quanto pior é pior mesmo. A oposição deve exercer com dignidade, competência, o seu papel. Ao governo, fazer valer suas prerrogativas e responsabilidades. É a alternância democrática do poder.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor