Curtas do Folclore Africano

Infelizmente, não gostei da série. Me pareceu algo falso ou talvez feito para agradar ao público internacional.

Esse “Curtas do Folclore Africano” é o título de uma série com seis curtas africanos, que a Netflix está apresentando. Quando li esse título, logo me interessei, e isso porque gosto bastante do som que ouço partindo em geral da África. Os curtas têm uma duração que vai de 13 minutos e até 21 minutos. E cada um deles se parece com o outro. A Netflix coloca uma relação com os títulos de cada curta, um pouco de cada um deles sobre a estória e também informa os diretores.

Infelizmente, não gostei da série. Me pareceu algo falso ou talvez feito para agradar ao público internacional. E talvez a própria Netflix tenha exigido que os curtas não fossem folclore puro real da África, mas que tivessem uma aparência de folclore. Mas na verdade se parecem muito mais com curtas sofisticados feitos talvez na França, ou em qualquer outro país sofisticado europeu. Folclore a gente sabe não é uma obra feita por artistas citadinos e com as técnicas de Hollywood, mas com a dança, a música, a forma de um grupo mais ou menos primitivo com toda sua espontaneidade. Nesses curtas sentimos em cada cena a presença de atores e atrizes, e não de gente do povo fazendo sua própria arte.

Inclusive, eles colocaram as falas em inglês, deixando alguns momentos na fala original. E colocaram uma música harmoniosa que não me parece ser própria de uma execução folclórica. Enfim, uma empresa como a Netflix não está interessada em realmente mostrar uma documentação do folclore de um povo. Quer filmes que possam agradar a uma população de espectadores, e assim continuar faturando.

Olinda, 25. 04. 23

Rezando e desprezando léguas

É impossível amar e ser sincero
Dizem os ligados ao amor
O homem nasceu sem amarras
Mas a sociedade restringe longe
Não suporto porque não se diz
E também não se encontra a razão
Tudo da mulher é lindo menos o desejo
E não me sinto bem enquanto digo isso
Não deveria haver a divisão em nações
O homem deveria viver como uma manada
Os mais cabeludos estariam perto do mar
E os carecas se sentiriam confortáveis na solidão
Sempre tomaríamos banho juntos todos
Também faríamos as orações acompanhados
E nunca elogiaríamos qualquer outro ser
Porque o pecado é o momento principal
Metade da humanidade é pecadora
E a outra metade peca quase todo dia
Meu soneto não tem fim mas poderia SER
Um atentado poético jomardiano

Olinda, 02. 04. 23

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