Campanha Alckmin começa mal a derradeira semana

Na semana que passou, na Internet a direita espalhava suas ameaças. Tipo assim: ''A campanha de Lula que aguarde a próxima edição da ''Veja''. Vem aí uma denuncia demolidora”. E de fato no sábado, logo cedo, os eleitores de Alckmin foram às bancas comp

A penúltima semana do segundo turno terminou e o ''fato espetacular'', tábua de salvação, de Geraldo Alckmin não apareceu. A colheita foi pífia. Foi divulgado que o ex-ministro José Dirceu telefonou para o ''aloprado-chefe'', o Lorenzetti.  O mesmo fez Gilberto Carvalho, secretário particular, do presidente. Ambos apresentaram, imediatamente, suas explicações. E a ''bomba'' não passou de um traque…


 


Agarrados à sabedoria dos adágios, os tucanos tentam se manter de pé: ''a esperança é a última que morre''. E já que estamos falando de coisas derradeiras, a última semana do segundo turno começou mal, muito mal para o tucano. Na semana que passou, na Internet a direita espalhava suas ameaças. Tipo assim: ''A campanha de Lula que aguarde a próxima edição da ''Veja''. Vem aí uma denuncia demolidora''.


 


E de fato no sábado, logo cedo, os eleitores de Alckmin foram às bancas comprar uma dose de esperança. Mas, ficaram, com certeza, desolados. A matéria de capa é um cozido requentado contra o filho do presidente Lula. Velhas insinuações sem provas acerca do que a revista denomina de negócios escusos de Fábio Luís Lula da Silva. É esperar para ver se os tucanos terão coragem para assumir a paternidade dessa baixaria. A campanha de Alckmin, via revista ''Veja'', ao jogar a família do presidente na cova dos leões, sem um fato relevante e comprovado, com certeza, perderá votos. Quanto muito irá proporcionar algum regozijo àquela parte mais conservadora do eleitorado da direita e talvez mais alguma munição para o chamado ''terceiro turno''.


 


O leitor de ''Veja'' e eleitor de Alckmin tem outro motivo para processarem a revista por ''expectativa enganosa''. No seu editorial ''Veja'' em vez de louvar seu candidato, resolveu puni-lo com uma espécie de censura pública. Tudo porque Alckmin vestiu uma jaqueta com logotipos de estatais brasileiras ''como prova de que não as venderá caso seja eleito presidente…''. A revista puxou as orelhas de Alckmin e sentenciou: ''Ele teria sido mais coerente se tivesse se livrado daquela camisa-de-força e se apresentado como um orgulhoso continuador do trabalho do presidente que privatizou a Telebrás, a Vale do Rio Doce e mais uma dúzia de bancos estatais perdulários e corrompidos.''


 


No episódio a que se refere o editorial de ''Veja'' Alckmin botou na cabeça um boné do Banco do Brasil e vestiu uma jaqueta com as logomarcas da Caixa Econômica Federal, da Petrobras, dos Correios e do Banco do Brasil. Esse episódio marca a falência programática de sua campanha. Acuado pela campanha de Lula que com mil razões acusa os tucanos de reis da privataria, Alckmin sucumbiu e botou na própria cabeça uma das principais bandeiras de seu concorrente. Em suma, rendeu-se ao programa do adversário.


 


Foi um fiasco total. É como se o conde Drácula convocasse uma coletiva e proclamasse de alto e bom som que se cansara da vida de vampiro e que jamais voltaria sugar sangue humano. Nem o PDT e nem ninguém acreditou em suas juras.


 


Depois Alckmin se arrependeu. Reconheceu publicamente que cometera um erro grave. No debate do SBT assumiu a defesa das privatizações de FHC. E foi taxativo: Se precisar privatizar a gente privatiza. Quer dizer, Alckmin tirou a tal jaqueta e jogou o boné do Banco do Brasil para léguas de distância. Mas, mesmo tendo feito essa penitência, essa autocrítica pública ''Veja'' não o perdoou. Talvez esperasse que o fiel seguidor do mercado e do ''opus dei'' fosse mais disciplinado. 


 


Se a campanha tucana já estava politicamente combalida vez que se desnudou o ideário neoliberal de Alckmin, agora, para piorar as coisas, justamente na última semana, as investigações da Polícia Federal e os depoimentos dos envolvidos na Justiça convergem para demonstrar que a máfia dos sanguessugas nasceu no ninho tucano. O empresário Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde em 2002, Barjas Negri, do PSDB recebia propina, propina da grossa..


 


Parece cada vez mais difícil a direita fazer emergir o tal ''fato espetacular''. Resta-lhe espalhar mentiras e rogar pragas. O diabo é que pelo menos até aqui grande parte do eleitorado tem se mostrado imune às tramas e mentiras da oposição e de sua mídia. Quanto às ''pragas'' ao que parece praga de tucano é igual praga de urubu: não mata cavalo gordo.''

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
Autor