Bolsonaro cai e Lula cresce nas redes sociais

O início da transição para o governo Lula e o sumiço de Jair Bolsonaro foram decisivos para a variação dos índice

Ilustração: Jilca

Jair Bolsonaro segue recluso no Palácio da Alvorada. Dizem as más línguas que após a surra nas eleições ele vive chorando pelos cantos, que está bem deprimido. Nem dorme mais com a primeira-dama, a Micheque, e quem lhe faz companhia nas noitadas de insônia é o filhote 02, o Carluxo Pitbull. O clima é tão para baixo que o “capetão” nem pratica o que mais gosta, que é disparar fake news e destilar ódio pelas redes sociais.

Levantamento divulgado na semana passada pelo instituto Quaest mostra que o presidente, um viciado na internet, despencou no Índice de Popularidade Digital (IDP) em novembro. O indicador, que vai de zero a 100, é calculado diariamente. O IPD é calculado por meio de algoritmo de inteligência artificial que coleta e processa 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipédia e Google.

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Lula dispara em popularidade digital

São monitoradas cinco dimensões: fama (número de seguidores), engajamento (comentários e curtidas por postagem), mobilização (compartilhamentos), valência (proporção de reações positivas e negativas) e interesse (volume de buscas). No final do mês, Lula atingiu o patamar de 84,8 e Jair Bolsonaro marcou 51,6 pontos. “O consolidado do mês registra uma curva favorável ao petista, que disparou na dianteira após um período de liderança acirrada em outubro, época das eleições”, registra o site Metrópoles.

Ainda segundo a matéria, “a disputa entre os dois adversários no universo digital foi acirrada ao longo da campanha. Lula e Bolsonaro oscilaram na primeira posição durante todo o período da corrida eleitoral, mas desde o dia em que os brasileiros foram às urnas no segundo turno, o petista assumiu a dianteira e continua a ampliar a vantagem. O pico de popularidade do petista (96,1) foi registrado em 16 de novembro, data em que discursou no Egito, durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27). O pronunciamento repercutiu positivamente na comunidade internacional”.

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Sumiço e vagabundagem do presidente

Como analisa o site, “a presença forte de Bolsonaro no universo digital, marcada por pronunciamentos no Twitter, canais de mensagens e nas tradicionais lives, ficou estremecida após o ‘sumiço’ do presidente diante da derrota nas urnas. Ele esteve no Palácio do Planalto apenas cinco vezes no último mês… Com a reclusão do mandatário no Palácio da Alvorada, os compromissos oficiais tiveram uma redução de 63%, segundo os registros da agenda presidencial”.

Esse sumiço, autêntico abandono de trabalho e típica vagabundagem, também se refletiu no ativismo nas redes sociais. Pelo menos, os brasileiros estão salvos das besteiras obradas diariamente pelo fascista. Como registra a Folha, “desde que se tornou o primeiro presidente do país que tentou a reeleição e fracassou, o atual mandatário se recolheu e diminuiu drasticamente o ritmo de postagens em redes sociais. Sem seus pronunciamentos e tradicionais lives, a repercussão de seus atos se esfarelou”.

Para Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor de métodos quantitativos da Universidade Federal de Minas Gerais, o início da transição para o governo Lula e o sumiço de Jair Bolsonaro foram decisivos para a variação dos índices. “O bolsonarismo digital se desmobilizou com a ausência de posicionamento claro de seu líder”, afirma o pesquisador, observando que a mobilização e o engajamento, dois quesitos essenciais que compõem o IPD, caíram significativamente em torno do ainda presidente.

Já no universo digital de Lula, o movimento foi contrário. “Ele conseguiu engajar seu público com as notícias sobre a transição, gerando expectativa sobre como será o novo governo. Cada nome anunciado ajudava a aumentar a mobilização digital, empolgada com a volta do petista ao poder e com a formação de uma frente ampla no governo”, explica Felipe Nunes.

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