Água: a solução possível

O grupo francês que “comprou a Cosama” prometeu colocar água em 95% das casas de Manaus até 2006. Apesar de ter obtido um reajuste extraordinário de 18%, concedido por Amazonino, o ano terminou com mais de 500 mil pessoas sem água e a empresa sem pagar a

A década de 90 foi marcada pela apologia ao “estado mínimo”, caracterizado por privatizações, abertura indiscriminada da economia, intolerância contra os movimentos paredistas, supressão de dos trabalhadores e, especialmente, pela subserviência dos estados nacionais ao governo americano. Era o apogeu do neoliberalismo.


 


Quanto mais entreguista e privatista fosse o governante de plantão mais ele era saudado como “moderno”. Quem resistia, como nós, era chamado de “dinossauro”. Os neoliberais ganhavam governos mundo afora enquanto as forças progressistas colhiam derrotas em todos os terrenos. Logo aderiram à moda espertalhões de todos os quadrantes interessados em surfar nessa onda que lhes assegurava mando e poder.
Foi dentro dessa lógica que Amazonino reprimiu trabalhadores, congelou salários, elevou para 14% a previdência de efetivos e aposentados, tentou entregar o gás de Urucu a uma empresa americana e privatizou o banco (BEA), o Porto e a ÁGUA.
Na justiça, impedimos a entrega do gás e esperamos idêntico resultado na ação que movemos contra a privatização do porto. Mas o BEA e a ÁGUA se foram.


 



O grupo francês que “comprou a Cosama” prometeu colocar água em 95% das casas de Manaus até 2006. Apesar de ter obtido um reajuste extraordinário de 18%, concedido por Amazonino, o ano terminou com mais de 500 mil pessoas sem água e a empresa sem pagar a conta de luz. Como fará investimentos? Com dinheiro público? Qual a lógica então da privatização? Como se pode ver, seria uma temeridade deixar a população dependendo dessa empresa.


 



Por isso lideramos uma campanha que envolveu dezenas de entidades e coletou mais de 40 mil assinaturas reivindicando a prefeitura que rompa o contrato com a “Águas do Amazonas”. Só assim será possível que milhares de pessoas finalmente disponham de água, apesar de morarem às margens do maior rio mundo.

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