A hora é agora!

O editorial do Vermelho de 23 de agosto de 2010 chama a atenção para a existência da “onda Dilma” e a necessidade de que ela se estenda na eleição para o Congresso Nacional. No final do mês de agosto, as pesquisas revelam que a vantagem de Dilma sobre Serra cresceu ainda mais, chegando a atingir a diferença de 24%, pelo IBOPE.

Reforça-se a necessidade de intensificarmos as campanhas nos Estados e municípios para que a vitória seja mais significativa ainda, com a concretização da eleição de Dilma e de candidatos do campo progressista para os Governos Estaduais, Senado, Câmara Federal e Assembléias Legislativas. Em muitas eleições nas quais setores progressistas venceram para cargos executivos, perderam no Legislativo o que evidentemente dificulta a ação dos que governam. Uma nova correlação de forças no país que ampliasse o peso das forças democráticas e populares, tanto no Executivo quanto no Legislativo, possibilitará avanços importantes rumo ao projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e distribuição de renda, que tanto almejamos.

Mas, para que tudo isso aconteça há necessidade de uma intensificação geral das campanhas progressistas, nesse mês de setembro, na busca dos votos dos eleitores e eleitoras de todo o Brasil. Sempre considero que, nas campanhas eleitorais, devemos buscar o voto mas, ao mesmo tempo, devemos contribuir na elevação do nível de consciência política do povo. É um momento privilegiado para conversarmos com as pessoas sobre política, mesmo com essa onda de descrença que as classes dominantes fazem questão de alimentar em todo o país.

Para essa intensificação das campanhas no mês de setembro, é de fundamental importância a intervenção decisiva dos movimentos sociais, incluindo-se o movimento sindical.

O movimento sindical tem uma tendência ao economicismo, isto é, enfatiza demais a luta econômica em detrimento da luta política e ideológica. É evidente que as entidades sindicais precisam lutar por melhores salários e condições de trabalho, luta que é da gênese do sindicalismo, mas não devem minimizar as questões da política mais geral. Mesmo que a luta econômica consiga repor perdas salariais e obtenha algumas conquistas nas condições de trabalho, elas serão paliativas, se não forem acompanhadas de transformações em nível da política mais geral e da elevação do nível de consciência dos trabalhadores e trabalhadoras.

Quando se aproximam as eleições, faz-se necessário que as entidades sindicais classistas priorizem o processo eleitoral. Será que há no mês de setembro, algo mais importante para as entidades sindicais que as eleições marcadas para o início de outubro? Será que uma eleição para Presidente, Vice-Presidente, Governadores e Vices, Senadores, Deputados Federais e Deputados Estaduais não é prioridades para as entidades sindicais? Então o que será a prioridade? Tenho certeza que, pelo menos, os sindicalistas classistas concordarão que as eleições de outubro são prioritárias. Se é assim, penso que as assembléias, reuniões, debates, seminários encontros, congressos, visitas aos locais de trabalho, contatos pessoais, pela internet, pelo correio, pelos veículos de comunicação das entidades deveriam centrar a atenção sobre as eleições.

Se conseguirmos trabalhar com eficiência, no mês de setembro, daremos uma contribuição importante para o avanço maior das forças progressistas.

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