Celso Amorim vai à reunião com Venezuela e Guiana

Encontro para debater região de Essequibo acontece nesta quinta-feira (14) em São Vicente e Granadina

Celso Amorim, assessor especial do Planalto para assuntos internacionais | Foto: Andrew Harrer/Bloomberg via Getty Images

Por conflitos de agenda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não participará de uma reunião entre os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, marcada para esta quinta-feira (14) em São Vicente e Granadinas, país do Caribe que ocupa a presidência pro tempore da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Em seu lugar, Lula designou o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, para representar o Brasil no encontro.

Celso Amorim deve, na ausência de Lula, dizer à Venezuela e à Guiana que o Brasil não vai concordar com “atitudes unilaterais” de nenhuma das partes.

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Antes dessa reunião, em 24 de novembro, Celso Amorim já havia se encontrado com o presidente Nicolás Maduro em Caracas para discutir a questão de Essequibo, em meio à preocupação com a possibilidade de um conflito armado entre as nações. No sábado (9), Maduro telefonou para Lula. Na ocasião, Lula disse a Maduro disse que é importante “evitar medidas unilaterais que levem a uma escalada da situação”, segundo o governo brasileiro.

A preocupação com a região fronteiriça de Roraima, vizinha à Venezuela e Guiana, é evidente no país. O ministro da Defesa, José Múcio, já afirmou que o Brasil não permitirá que o território seja usado por uma eventual ação da Venezuela contra o país vizinho. Embora haja reforço das Forças Armadas na fronteira nacional, Múcio ressalta que isso não significa que o país vá “se meter em confusão”.

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A mediação da reunião será realizada pela Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e pela Caricom (Comunidade do Caribe). O primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, expressou otimismo, chamando o encontro de “histórico” e prevendo seu “sucesso” em uma carta enviada a Maduro e Ali.

Entenda o caso

A crise territorial entre Venezuela e Guiana, centrada na região de Essequibo, teve um novo capítulo com o referendo venezuelano de 3 de dezembro, onde a população votou a favor da anexação da área, correspondendo a 74% do território guianense. Maduro anunciou essa medida consultiva em 10 de novembro, intensificando uma disputa de mais de um século.

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Essequibo, com 160 mil km², é uma região rica em recursos naturais como petróleo e minerais, além de ter acesso ao Oceano Atlântico. A Guiana rejeitou veementemente a medida, classificando-a como provocativa, ilegal e sem efeito jurídico internacional, acusando Maduro de violar a integridade territorial do país.

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