Cúpula da Amazônia: Lula destaca urgência em ampliar cooperação na região
Presidente é o anfitrião e idealizador do encontro, que começou nesta terça-feira (8) e reúne os oito países da OTCA para fortalecer desenvolvimento sustentável e proteção ambiental
Publicado 08/08/2023 11:15 | Editado 08/08/2023 15:34

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ressaltou a importância da cooperação internacional para a preservação da Amazônia durante a abertura da Cúpula da Amazônia, realizada em Belém, no Pará, na manhã desta terça-feira (8). O evento, que reúne líderes dos países que compõem a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), visa fortalecer o compromisso com o desenvolvimento sustentável na região.
Em um discurso enfático, Lula destacou a necessidade de retomar e ampliar a cooperação entre os países amazônicos, considerando a urgência em face das crescentes preocupações com as mudanças climáticas e o desmatamento. “Nunca foi tão urgente retomar e ampliar essa cooperação. A Amazônia é um patrimônio comum dos nossos países, e juntos precisamos encontrar soluções que combinem proteção ambiental com a geração de empregos dignos”, afirmou o presidente.
Leia também: Sob Lula, Fundo Amazônia é reerguido em meio aos desafios da crise climática
A Cúpula da Amazônia reúne líderes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru, Venezuela, Equador e Suriname, países signatários da OTCA. Durante sua fala, Lula se referiu à floresta como patrimônio comum desses países e lembrou que, desde a assinatura do Tratado de Cooperação da Amazônia, em 1978, os chefes de Estado só se encontraram três vezes, em 1989, em 1992 e em 2009 – todas em Manaus.
“Há 14 anos que não nos reuníamos. É a primeira vez que o fazemos aqui no Pará e a primeira vez num contexto de severo agravamento da crise climática. Nunca foi tão urgente retomar e ampliar essa cooperação. Os desafios da nossa era e as oportunidades que surgem demandam ação conjunta.” ,
Leia também: Amazônia receberá o maior volume de investimentos em ciência da história
O encontro, idealizado pelo governo brasileiro, busca fortalecer a organização como um mecanismo de promoção do desenvolvimento sustentável na região amazônica. Lula apresentou três temas centrais que devem ser abordados durante a cúpula: a promoção de um novo modelo de desenvolvimento sustentável que equilibre a proteção do meio ambiente com a criação de empregos; o fortalecimento da OTCA como instrumento de cooperação regional; e a ampliação do papel dos países amazônicos na agenda global, especialmente no contexto das florestas tropicais.
Cinco chefes de Estado estão presentes no evento, enquanto o presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, foi representado pela vice-presidente Delcy Rodríguez devido a uma infecção nos ouvidos. Outros países como Equador e Suriname enviaram ministros para representá-los. Além dos membros da OTCA, representantes de países africanos e asiáticos com importantes reservas de florestas tropicais também participam da cúpula.
Leia também: BNDES e BID investirão R$ 4,5 bi no desenvolvimento sustentável na Amazônia
Além dos líderes governamentais, a cerimônia incluiu discursos do governador do Pará, Helder Barbalho, da secretária-geral da OTCA, Maria Alexandra Moreira López, e de seis representantes da sociedade civil. Estes últimos trouxeram propostas oriundas dos Diálogos Amazônicos, evento que precedeu a Cúpula no último final de semana e contou com a participação de 27 mil pessoas.
Próximos passos
Ao final do encontro desta terça-feira, os líderes dos países amazônicos devem adotar a Declaração de Belém, documento que reforçará os compromissos mútuos em relação à preservação da floresta amazônica e ao desenvolvimento sustentável. Lula reiterou a disposição do Brasil em liderar esforços para alcançar o desmatamento zero até 2030 e convocou governadores e prefeitos a se engajarem nesse objetivo conjunto.
Nesta quarta-feira (09), os Presidentes mantêm encontro com mandatários e representantes de países em desenvolvimento com florestas tropicais de outras regiões do mundo (República Democrática do Congo, República do Congo, Indonésia, além de São Vicente e Granadinas, atual presidente de turno da CELAC). Na ocasião, serão exploradas convergências, de forma a iniciar um processo de construção de posições coordenadas, a serem levadas às negociações multilaterais em temáticas ambientais, a começar pela COP-28 do Clima e pela COP-16 de Biodiversidade.
Leia também: Seminário enfatiza sinergia de conhecimento para desenvolvimento da Amazônia
Foram igualmente convidados para a reunião ampliada do dia 9 representantes de Alemanha, Noruega e França, que tradicionalmente apoiam projetos e iniciativas na Amazônia, assim como de organismos multilaterais e entidades financeiras internacionais, com o objetivo de buscar novas parcerias nesta nova etapa da cooperação amazônica.
Acompanhe a Cúpula da Amazônia
__
com agências