Eleições 2024: Pré-candidatos de direita evitam se associar a Bolsonaro

O prefeito de São Paulo teria feito uma pesquisa segundo a qual ele perderia votos na sua campanha por reeleição com o apoio declarado de Bolsonaro

(Foto: Reprodução)

Lideranças políticas de direita como o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e os ex-ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Ciro Nogueira (Casa Civil), estão se movimentando ao centro para evitar aproximação com o bolsonarismo, movimento de extrema direita.

De acordo com a colunista Bela Megale, do O Globo, o prefeito de São Paulo teria feito uma pesquisa segundo a qual ele perderia votos na sua campanha por reeleição com o apoio declarado de Bolsonaro.

O PL de do ex-presidente acionou o alerta vermelho sobre essa situação. O prefeito, que se coloca como candidato da direita na capital, participou esta semana de um almoço com empresários que teve a presença do ex-presidente.

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“Nunes manteve uma distância ausente e disse ‘não ter proximidade’ do capitão. Limitou-se a afirmar que, se vier um apoio de Bolsonaro, ‘será ótimo’, mas tratou a agenda como evento rotineiro e não combinado”, diz a jornalista.

Vale ressaltar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) saíram vitoriosos na capital paulista.

Esse tipo de conduta tem atingido aliados muito próximos de Bolsonaro como Marcelo Queiroga.

O ex-ministro tem declarado intenção de disputar o cargo de prefeito de João Pessoa, mas evita associar seu nome ao de Bolsonaro.

A colunista diz que ele explora mais sua atuação como médico do que como político afolhado de Bolsonaro.

“Outro mandachuva do centrão que tem seus movimentos acompanhado de perto pelo PL é o senador e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira. Nogueira afirma publicamente ser contra a entrada do PP em um ministério de Lula, mas deu aval para que os líderes de seu partido façam a negociação”, lembrou Megale.

Já o presidente dos Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, não tem poupado críticas públicas a Bolsonaro, enquanto lideranças de sua sigla negociam um ministério com o governo petista.

No PL, a percepção que existe na ala pragmática do partido é que a rejeição de Bolsonaro aumentou com o processo da inelegibilidade e a série de depoimentos e consultas envolvendo o ex-presidente. O partido, no entanto, ainda não tem uma pesquisa em mãos que confirme essa leitura.

“A maior preocupação é o peso negativo que Bolsonaro pode vir a ter nas capitais e no Nordeste. Hoje, a avaliação de boa parte da legenda é que os candidatos estão se movimentando para o centro e deixando a extrema direita, ou seja, isolando o bolsonarismo”, finalizou a jornalista.

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