CPMI do 8 de janeiro vai pedir dados sobre investigações ao STF

Base governista vai requerer ao ministro Alexandre de Moraes informações dos inquéritos das “milícias digitais” e sobre participação de deputados

Brasília (DF) 25/05/2023 Instalação da CPMI de 08/01. Foram escolhidos, Arthur Maia como presidente e Eliziane Gama como relatora. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.

A base governista, que é maioria na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) criada para investigar os atos golpistas do 8 de janeiro (chamada de CPMI do Golpe), vai requerer ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), dados sobre as investigações das manifestações antidemocráticas organizadas por bolsonaristas na Praça dos Três Poderes.

O compartilhamento do STF visa municiar a CMPI sobre a participação e influência nos atos de vandalismo de deputados, assim como das “milícias digitais”, como informa o Valor Econômico.

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Oito requerimentos que serão votados pela Comissão envolvem os inquéritos que estão com o ministro. No geral, ao menos 467 requerimentos já foram apresentados na CPMI. A apreciação dos mesmos deve começar nas próximas semanas e a base governista se articula para aprovar seus pedidos já na primeira oportunidade.

Os atos de vandalismo do dia 12 de dezembro em Brasília, ocasião em que o presidente Lula foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e os acampamentos em frente aos quartéis do Exército também deverão ser incluídos nas investigações da CMPI.

É certo que o relatório produzido pelo então interventor na segurança pública no Distrito Federal, Ricardo Cappelli, sobre o que aconteceu em 8 de Janeiro seja utilizado. No texto é demonstrado que Polícia Militar do Distrito montou uma estrutura frágil para conter os atos, mesmo sabendo que ônibus com manifestantes se direcionavam para a capital federal.

Por outro lado, os “bolsonaristas” da Comissão miram sua artilharia contra ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, e o ministro da Justiça Flávio Dino, sob alegação de que foram coniventes com atos contra o próprio governo.

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Nesta quinta-feira (1), a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-ES, deve apresentar o cronograma de trabalhos para ser aprovado. Para a Folha de São Paulo, disse que não se furtara em convocar o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, e o governador do DF, Ibaneis Rocha, para depor.

*Informações de agências. Edição Vermelho, Murilo da Silva.

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