Eduardo Bolsonaro é sócio de apoiadores do 8 de Janeiro

Com Paulo Generoso e André Porciúncula, Eduardo abriu a empresa Braz Global Holding LLC no Texas enquanto Jair Bolsonaro estava nos Estados Unidos

Paulo Generoso e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução Redes Sociais.

O rastro que liga a família Bolsonaro aos atos golpistas de 8 de Janeiro ficou ainda mais forte em reportagem que revela que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) abriu uma empresa com o influenciador Paulo Generoso e com o ex-secretário nacional de fomento e incentivo à cultura no governo Bolsonaro, André Porciúncula – ambos conhecidos por apoiarem os atos golpistas pela disseminação de Fake News. Inclusive, Generoso foi investigado na CPIs da Covid-19 e da CPMI das Fake News.

A sociedade foi registrada como Braz Global Holding LLC e feita em 18 de março, no estado do Texas, nos Estados Unidos. Na data, Jair Bolsonaro ainda não havia voltado para o Brasil, após empreender fuga para os EUA no final do ano ao perder as eleições.

Conforme apontam os registros, a empresa foi aberta dias depois de Jair e Eduardo participarem de eventos da extrema direita americana. Ao viajar para os Estados unidos, Bolsonaro pai transferiu U$ 135 mil (R$ 675 mil), o que representa 75% do total em dinheiro (R$ 906 mil) que havia declarado em conta para a Justiça Eleitoral brasileira ao sair candidato à reeleição. A conta foi descoberta quando a PF (Polícia Federal) investigou as fraudes cometidas no cartão de vacinação do ex-presidente.

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Revelado pela Agência Pública, CLIP (Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística) e UOL, a reportagem interpelou Eduardo sobre o caso na quarta-feira (24). O deputado reagiu de forma intempestiva: “Eu estou traficando drogas? Eu estou roubando alguém? É corrupção? ”

Generoso e Porciúncula foram procurados, mas não retornaram até o fechamento da reportagem.

Sócios

Enquanto a Braz Global Holding é formada por Eduardo Bolsonaro com Paulo Generoso e André Porciúncula, sem definição do ramo de negócio da empresa, os sócios tem outras empresas e são conhecidos pela disseminação de fake news.

Generoso e Porciúncula também respondem pelas empresas Liber Group Brasil, aberta em 13 de janeiro, e o Instituto Liberdade, em 8 de fevereiro. Com eles participam nessas empresas a ex-servidora do governo Bolsonaro, Raquel Brugnera.

O trio tem um histórico e tanto. Raquel e Generoso criaram em 2016 a página de Facebook denominada Movimento República de Curitiba, em que publicaram desinformações sobre a pandemia de covid-19, notícias falsas sobre urnas eletrônicas e defenderam os atos golpistas.

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Já Porciúncula é responsável pelo curso online “Formação essencial em política”, em que faz ataques à esquerda ao tentar contrapô-la aos ideais cristãos. Ele ficou como número dois da Secretaria de Cultura durante o governo Bolsonaro, perdeu as eleições para deputado em 2022 e foi nomeado como secretário adjunto da Secretaria em outubro. No dia sete de dezembro foi empossado como chefe da então Secretaria Especial de Cultura, faltando menos de um mês para o fim do mandato de Bolsonaro.

No caso de Brugnera, ela esteve como chefe de gabinete da Secretaria de Economia Criativa da Secretaria Especial de Cultura e como assessora técnica da Fundação Palmares.

*Informações Agência Pública, CLIP (Centro Latinoamericano de Investigação Jornalística) e UOL. Edição Vermelho, Murilo da Silva.

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