Após vitória, direita busca maioria em 2º. turno na Grécia

O primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis no Palácio Presidencial para uma reunião com a presidente Katerina Sakellaropoulou para receber um mandato oficial para tentar formar um governo de coalizão

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, disse que não formaria um governo de coalizão depois que seu partido de centro-direita venceu a eleição de domingo (21), mas não conseguiu a maioria.

Mitsotakis agora espera por uma nova eleição em 25 de junho, depois que a presidente Katerina Sakellaropoulou lhe ofereceu formalmente a oportunidade de formar uma coalizão sob a constituição.

Seu partido Nova Democracia (ND) obteve 40,79% dos votos, o dobro do partido de oposição de esquerda Syriza, com 20,07%, que governou de 2015 a 2019.

O partido socialista PASOK ficou em terceiro com 11,46%, já que 61% dos eleitores compareceram às urnas no domingo.

O uso do sistema de votação por representação proporcional significou que o ND ganhou apenas 146 assentos em 300, deixando-os cinco aquém da maioria governista.

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Segundo turno

O segundo turno das eleições irá reverter para o sistema anterior, que concede ao primeiro partido mais 50 lugares, garantindo que quem obtiver mais votos terá uma maioria confortável.

Esta também é uma aposta da esquerda. “O ciclo eleitoral ainda não terminou, tendo em vista que é muito possível que haja uma segunda eleição, portanto não temos o luxo do tempo. Devemos fazer imediatamente as mudanças necessárias para travar a próxima batalha eleitoral nas melhores condições possíveis”, disse Alexis Tsipras, líder do Syriza.

Tsipras exortou seus apoiadores a travarem “uma segunda luta eleitoral crucial”. Tudo indica que os gregos ainda não o perdoaram pelo resultado de sua disputa com a União Europeia durante as turbulentas negociações do plano de resgate de 2015. Naquela época, o país estava atolado em uma grave crise financeira e prestes a sair do euro, e escolheu a esquerda para salvá-la.

O partido de Mitsotakis teve um desempenho melhor do que as previsões, e sua margem de vitória foi a maior desde 1974, quando as primeiras eleições democráticas da Grécia foram realizadas após a queda de sua ditadura militar de sete anos.

Os resultados das eleições de domingo foram um impulso significativo para seu governo, que lidou com um escândalo de escutas telefônicas, a pandemia, a crise do custo de vida e um acidente ferroviário mortal que levou a protestos.

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“A dinâmica do resultado foi mais do que clara: os cidadãos querem um governo forte, com mandato de quatro anos, [para realizar] reformas mais ousadas”, disse Mitsotakis após a vitória, ecoando a prioridade dos eleitores para a estabilidade política e econômica, obtida após baixar a poeira dos anos turbulentos de austeridade fiscal.

Três dos maiores partidos receberão agora um mandato de três dias para formar um governo de coalizão.

Se nenhum partido político optar por trabalhar em conjunto, abrirá caminho para a nomeação de um governo provisório até a convocação da próxima eleição.

Na segunda-feira, o porta-voz do PASOK, Dimitris Mantzos, disse à emissora estatal ERT: “Entendo que não há espaço para convergências ou colaboração. Acho que podemos avançar para um segundo turno.”