Facções em terra indígena Yanomami organizam “narcogarimpo”

PCC e Comando Vermelho atuam nas terras indígenas em Roraima; até 50 foragidos da justiça ligados às facções organizam esquemas de drogas e prostituição

Armas apreendidas pela PRF. Imagem: Divulgação PRF

A relação entre o garimpo ilegal e o tráfico de drogas fica cada vez mais clara à medida que as operações na terra indígena Yanomami, em Roraima, avançam. A Polícia Rodoviária Federal apreendeu, nas últimas semanas, armas de grosso calibre na região, o que indica a permanência de narcogarimpeiros, uma fez que os garimpeiros tradicionais não utilizam fuzis.

Segundo reportagem do UOL, entre 40 e 50 foragidos de facções como PCC e Comando Vermelho se escondem nas terras do garimpo e organizam por lá esquemas de tráfico de drogas e prostituição. Estes foragidos do sistema de segurança pública de Roraima se utilizam da infraestrutura criminosa deixada pelo garimpo de extração de ouro ilegal, como pistas de pouso para aeronaves de pequeno porte que servem para transportar drogas.

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Desde o final de abril, 14 pessoas já foram mortas em conflitos com as forças de segurança. O PCC é quem tem a maior participação nos esquemas que continuam a explorar o garimpo ilegal, mas também distribui drogas pela capital Boa Vista. Além disso, o PCC trafica a partir de Roraima skank para o resto do Brasil e cocaína para outros países. O início da presença da facção no estado remete a 2014.

O CV chegou antes, mas tem participação menor. Em ambos os casos o início se deu pela presença de presos transferidos de outros locais para as penitenciárias da região. O Comando tem atuação voltada para operação de pistas de pouso e transporte de drogas entre Amazonas e Venezuela.

A situação é particularmente preocupante, pois os garimpeiros pertencentes às facções continuam na região, sendo que continuam obtendo o lucro que sustenta a atividade criminosa e o armamento para defender as atividades ilegais. Portanto, ficaram na região os criminosos mais perigosos e a possibilidade de novos conflitos armados é eminente.

*Informações Uol. Edição Murilo da Silva.

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