Protagonismo internacional impulsiona ciência brasileira, diz Luciana Santos

Cooperação internacional e a diplomacia científica serve para enfrentar desafios nacionais e globais, diz ministra

Foto: Luara Baggi/MCTI

A cooperação internacional em ciência, tecnologia e inovação, sua importância no atual contexto mundial e a visão estratégica que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva confere à questão são foco de análise feita pela ministra de CT&I, Luciana Santos, em artigo publicado por O Globo nesta quarta-feira (10). 

Luciana assinala que o cenário internacional é atualmente marcado por pandemia e conflitos geopolíticos, fatores que colocaram em evidência a fragilidade das cadeias globais de produção e fornecimento e acirraram a disputa pelo domínio tecnológico e a competição baseada em interesses nacionais. Neste sentido, destaca que o governo Lula vem atuando com o objetivo de consolidar relações tradicionais e buscar novas parcerias, bem como garantir maior proeminência do país nesse contexto. 

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“Ao resgatar o protagonismo do Brasil no mundo, o presidente Lula  confere à cooperação científica status especial dentro da política externa do seu governo”, apontou, lembrando visitas recentes a países como China, Portugal, Espanha, Argentina e Uruguai, nas quais foram fechados acordos de cooperação. 

Ela citou como exemplos a construção do Reator Multipropósito Brasileiro em parceria com a Argentina — que, até 2028, tornará o Brasil autossuficiente na produção de radioisótopos para o tratamento do câncer — e o satélite CBERS-6 com a China, que revolucionará o monitoramento da Amazônia e outros biomas brasileiros. 

A ministra apontou ainda a importância de o país ir além das relações históricas já estabelecidas com a América do Norte e a Europa — que serão mantidas e aprofundadas —, abrindo caminho para projetos regionais com América Latina e Caribe, para o fortalecimento de sua atuação junto aos Brics e para parcerias com a África e Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). 

Luciana lembra ainda que nos próximos anos, o Brasil sediará ou terá destaque em agendas que podem projetar sua liderança em temas científicos e tecnológicos, tais como a Cúpula da Amazônia e a liderança do Mercosul no segundo semestre de 2023, a presidência do G20, em 2024, a presidência de turno do Brics em 2025 e a possibilidade de o país sediar a COP-30.

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“Nosso objetivo é utilizar a cooperação internacional e a diplomacia científica, em parceria com o Itamaraty, para enfrentar os grandes desafios nacionais e globais. Para ser uma potência tecnológica nos próximos 30 anos, temos que investir no enfrentamento das mudanças climáticas e da perda da biodiversidade, na transição energética, na transformação digital, na autossuficiência em saúde e biotecnologia e na superação da fome e das desigualdades”, salientou Luciana.

A ministra concluiu afirmando que “ao fim desse ciclo, a ciência brasileira terá alcançado um novo patamar, e os benefícios serão compartilhados com toda a população”. 

(PL)

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