Líderes evangélicos apoiam PL da liberdade e transparência na Internet

Lideranças farão pressão na bancada evangélica para reverter “uma aparente posição majoritária” dentro do grupo contra o projeto

Deputado Henrique Vieira e religiosos durante a coletiva (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara)

Um grupo de líderes evangélicos defendeu nesta terça-feira (2), na Câmara dos Deputados, a aprovação do projeto (2630/20) que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, o chamado PL das Fake News.

Numa coletiva de imprensa, eles disseram que farão pressão na bancada evangélica da Casa até o último momento para reverter “uma aparente posição majoritária” dentro do grupo contra o PL.

“Pesquisa indica que a maioria esmagadora do campo católico e evangélico é favorável a esse projeto, porque acredita que é responsável, exige transparência, defende a liberdade dos indivíduos e protege a democracia, especialmente nossas escolas”, disse o pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), deputado federal integrante do grupo.

O parlamentar, que não faz parte da bancada evangélica, fez referência a uma pesquisa encomendada pela Avaaz e realizada pela Atlas Intel revelando que 73,8% dos evangélicos e 78,4% dos católicos são a favor da regulação das redes sociais.

Leia mais: Ato em apoio ao PL das Fake News lembra 35 crianças mortas em escola

Para ele, essa pesquisa tende a gerar pressão sobre as bancadas evangélicas e católicas na Casa. Vieira também destacou o trabalho do relator: “O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) tem feito um esforço muito grande de diálogo, inclusive com a bancada evangélica”.

Felipe dos Anjos, pastor batista, disse que há duas repostas para a resistência ao projeto dentro da bancada evangélica.

“A primeira delas é que esses religiosos estão usando o subterfúgio da censura, o fantasma da censura, e estão recebendo incentivo político, econômico e discursivo das plataformas sociais. A segunda razão é mais escandalosa:  há religiosos que querem deslegitimar o pl para continuar a usar o discurso religioso, a crença e a fé para produzir violência nesse país”, acusou.

O pastor fez um alerta: “Nós estamos aqui pra dizer que não em nosso nome, não em nome do evangelho, assumam o projeto de poder e econômico, assumam o projeto políticos de vocês e parem de apelar à religiosidade”.

A pastora Camila Oliver, da Igreja Batista Nazareth e Aliança de Batistas do Brasil, diz que igreja sempre defendeu a democracia e a internet não pode continuar sendo terra de ninguém.

“[Rede social] não tem sido o lugar da verdade. Tem sido um lugar onde se espalha notícias falsas e maliciosas, que levam a morte e propagam sobretudo o ódio. É por isso, que nós estamos aqui”, disse a religiosa.

A bispa Marisa, emérita da Igreja Metodista, diz que os conteúdos das redes sociais são negativos e estão trazendo insegurança. “Estão alcançando nossa casa, nossas igrejas e a sociedade trazendo risco tipo crimes de aliciamento de crianças e adolescentes”, afirmou.

Na avaliação do pastor Sérgio Dusilek, da Igreja Batista Marapendi, o projeto representa até uma pauta conservadora porque “defende a criança e a vida que têm sido alvos de todo o tipo de ameaça e cooptação pelas redes sociais”.

“Não há nenhum tipo de censura nesse projeto de lei. Assim como eu muitas pessoas concordam com essa aprovação. Só no meio evangélico são quase 74% de pessoas que são favoráveis ao PL 2630”, disse.

Autor