Caso Moro: pedido de prisão de Tacla Duran é ilegal e imoral

Decisão contra Tacla Duran foi tão descabida que o corregedor nacional de Justiça intimou desembargador e juiz a prestarem informações

O circo de ilegalidades em torno da Operação Lava Jato continua. Desta vez, o desembargador Marcelo Malucelli, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, e o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, pediram ilegalmente a prisão do advogado Rodrigo Tacla Duran, que denunciou o ex-juiz Sergio Moro de tentativa de extorsão.

Malucelli é pai do advogado João Eduardo Barreto Malucelli, sócio do escritório Wolff & Moro Sociedade de Advogados. Além disso, João Eduardo é namorado da filha de Moro e da deputada federal Rosângela Wolff Moro. Assim, além de ilegal, o pedido de prisão é igualmente imoral.

A decisão contra Tacla Duran foi tão descabida que o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, intimou Malucelli e Appio a prestarem informações em até cinco dias, a partir de sexta-feira (14). No mesmo dia, Malucelli informou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que não determinou uma nova prisão preventiva

Appio, porém, teve entendimento contrário e questionou o desembargador: como “proceder em relação à prisão preventiva decretada por Vossa Excelência (na via monocrática e liminar) na tarde de ontem [11 de abril], ou seja, se o mandado de prisão será expedido por esta Vara Federal ou pela secretaria da 8ª Turma Criminal do TRF-4?”.

Se a falta disciplinar for comprovada, Malucelli pode ser investigação e punição. Segundo Luis Felipe Salomão, “todo esse cenário pode sugerir, em linha de princípio, alguma falta funcional com repercussão disciplinar por parte do desembargador Marcelo Malucelli, o que exige a atuação desta Corregedoria Nacional de Justiça, para melhor compreensão dos fatos aqui narrados”.

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