Renata Mielli é a primeira mulher a coordenar o Comitê Gestor da Internet

Jornalista e militante da luta pela democratização da comunicação e pelos direitos digitais, Renata Mielli passa a comandar órgão que é referência no debate sobre a internet

Foto: reprodução

O Comitê Gestor da Internet (CGI) no Brasil terá uma presidenta pela primeira vez em 28 anos de existência: a jornalista e pesquisadora Renata Mielli, que há anos atua na luta pela democratização da comunicação e pelos direitos digitais. O convite para ocupar o cargo partiu da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos. A nomeação foi publicada nesta sexta-feira (31), no Diário Oficial da União. 

“Para mim, é uma honra e um grande desafio assumir a coordenação do Comitê Gestor da Internet. O CGI é uma referência internacional de governança multissetorial da internet, com a participação da sociedade civil, do terceiro setor, do mundo empresarial e acadêmico e de governos e tem sido igualmente uma referência no Brasil, nos debates sobre as diretrizes para essa área”, diz Renata. 

Jornalista formada na Faculdade Cásper Líbero, Renata é doutoranda no Programa de Ciências da Comunicação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (PPGCOM-ECA-USP). Entre outras experiências, Renata integra a Câmara de Conteúdos e Direitos Autorais do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), é coordenadora do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e membro da Coalizão Direitos na Rede.

Leia também: Inadmissível que modelo das redes incentive ódio e extremismo, diz Orlando

Ela salienta que o CGI “é um espaço fundamental de debate, que deu origem a posicionamentos e leis estratégicas para o desenvolvimento da internet no Brasil como, por exemplo, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais”.

A jornalista também destaca a importância do cenário vivido hoje pelo país, marcado pelo retorno de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República com um governo comprometido com o desenvolvimento nacional e a reconstrução de políticas públicas destruídas durante a gestão de Jair Bolsonaro. 

“Eu tenho uma atuação de muitos anos na luta pela democratização da comunicação, pelos direitos digitais. E estar nessa posição neste momento de retomada, com um governo comprometido com a agenda da soberania nacional, da ciência e tecnologia como elemento central de impulsionamento do desenvolvimento econômico, num momento de união para reconstruir o Brasil, representa a possibilidade de a gente trazer para essa agenda específica da internet os desafios que estão postos para o país de uma maneira mais global”. 

Ela explica ainda que o cenário atual é propício para este tipo de debate, uma vez que estão na ordem do dia questões como o combate às fake news e ao discurso de ódio e a regulação das redes. “Espero que a gente consiga continuar garantindo a relevância que o CGI tem para impulsionar o desenvolvimento da internet, garantir maior acesso e que a gente consiga ter um ambiente democrático na internet”, conclui.