Esperança, o diferencial deste março para as mulheres

Em todo março, desde 1910, quando foi aprovado na Conferência em Copenhague, Dinamarca, a jornada de luta das mulheres continua. As demandas por melhores condições de trabalho, redução da jornada de trabalho, de salário igual para trabalho igual, continuam em pauta. Hoje, essa luta ganha novos contornos no contexto de uma crise estrutural do capitalismo, de redução do papel do Estado nas políticas públicas, de desregulamentação do mundo do trabalho, do trabalho informal e precário. As mulheres, em especial as negras, sofrem maior impacto negativo dessas mudanças.

Assim que, neste março, essas questões afloram pela urgência de superação. Mundialmente, o clamor pelo combate às desigualdades no mundo do trabalho ganha força, assim como a urgência por políticas públicas que reduzam a sobrecarga doméstica e de cuidados, que pesa sobre as mulheres.

Aqui no Brasil, esses fatores estão presentes. O diferencial é que este março ocorre num clima de vitória democrática com a eleição de Lula. A onda conservadora que vinha devastando as conquistas das mulheres, o desmonte das políticas públicas, o estímulo governamental ao machismo e ao racismo, que ceifaram muitas vidas, foi interrompido.

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O 8 de março no Brasil de 2023 foi marcado por manifestações das mulheres de norte a sul do Brasil, tendo como lema central o fortalecimento da democracia e pela vida das mulheres, por comida no prato e emprego digno. Também ecoou um grito de basta à violência machista e racista. Chega de feminicídios!

O esperançar por novas conquistas foi estimulado pelo anúncio do presidente Lula de vários decretos de políticas públicas a serem aprovados no Congresso Nacional. Políticas articuladas transversalmente por vários ministérios. Duas sinalizações de Lula reforçam o combate à violência política de gênero e a promoção igualdade no mundo do trabalho: a instituição do Dia Nacional Marielle Franco de Combate à Violência Política de Gênero e a obrigatoriedade de salário igual para trabalho igual em todas as empresas.

As conquistas das mulheres sempre avançam em contextos democráticos. Assim como a vitória democrática com a eleição de Lula, o fortalecimento do estado de direito é uma sinalização importante para que as mulheres avancem em sua caminhada emancipadora.

Não esqueçamos, no entanto, que estamos num sistema capitalista em crise, de disputa pela hegemonia mundial, e muitos serão os obstáculos para que o Brasil avance no seu desenvolvimento soberano, com geração de emprego e renda.  A vigilância democrática continua necessária, bem como a luta pela garantia dos diretos das trabalhadoras e trabalhadores.

Neste momento, a esperança move nossa luta para concretizar mudanças a favor do Brasil e de nosso povo.

Neste março, as mulheres manifestam esperança, na certeza de que todo dia  será de luta  e de consolidação de novas conquistas, de fortalecimento da democracia, pela vida das mulheres.