Brasil e China vão anunciar “vários programas de impacto”

Segundo Celso Amorim, Lula também deve falar sobre governança global com o presidente Xi Jinping

Foto: Wilson Dias/ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende aproveitar a visita a Pequim, no final de março, para avançar as relações entra Brasil e China em ao menos quatro áreas: pauta climática, investimentos, infraestrutura e governança global. Segundo o ex-chanceler Celso Amorim, atual secretário especial da Presidência para Assuntos Internacionais, os dois governos vão anunciar parcerias, especialmente na questão ambiental.

 “A China ainda é talvez o maior emissor de CO2, mas ao mesmo tempo tem desenvolvido programas muito importantes porque sabe que isso é insustentável física e politicamente. Acho que o clima vai ter um lugar importante nessas conversas com a China”, destacou Amorim ao Valor Econômico.

A expectativa é de importantes anúncios, que aprofundem os laços do Brasil com o país asiático, nosso maior parceiro comercial. “Ainda não sei se vai se criar um fundo ou um programa de metas. Mas certamente haverá vários programas de impacto sobre o clima, (em áreas como) energia renovável e monitoramento por satélite”, confirma o secretário especial.

De acordo com o Amorim, Lula também deve falar sobre governança global com o presidente Xi Jinping, que foi reeleito ao cargo no último dia 10 de março. Na visão do governo brasileiro, a China “é um país absolutamente fundamental (para essa governança), assim como os Estados Unidos”. Outro possível tema em debate é a nomeação da ex-presidenta Dilma Rousseff  (PT) ao comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco do Brics, em Xangai.

A comitiva brasileira à China será incrementada. Conforme apurou o Poder360, dois senadores e seis deputados federais já estão confirmados na delegação, além de empresários.

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