Mpox: saiba quem pode tomar a vacina

Com apenas 47 mil doses, vacina de nova varíola focará em grupos de risco mais grave e profissionais de laboratórios.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A partir da segunda-feira (13) a vacinação contra a mpox, a doença antes chamada de ‘varíola dos macacos’, deverá estar disponível em pequenas quantidades nos serviços de vacinação do Brasil. Por isso, será necessário focar em grupos específicos de risco.

De acordo com o Ministério da Saúde, nessa primeira fase da campanha a imunização focará em grupos de risco para as formas graves da doença, como pessoas que vivem com HIV/aids e profissionais de laboratórios que atuam em locais de exposição ao vírus.

Com cerca de 47 mil doses disponíveis no Programa Nacional de Imunizações (PNI) para uso na população, o esquema de vacinação tem indicação de duas doses para cada pessoa.

Quem já foi diagnosticado com a mpox ou apresentar uma lesão suspeita no momento da vacinação não poderá receber a dose.

No Brasil, segundo os últimos dados disponíveis, foram notificados 50.803 casos suspeitos para a mpox. Destes, 10.301 casos (20,3%) foram confirmados, 339 (0,7%) classificados como prováveis, 3.665 (7,2%) suspeitos e 36.498 (71,8%) descartados. Desde setembro do ano passado, porém, o número de casos no país está em declínio considerável.

Ainda segundo a pasta, neste primeiro momento, essa população-alvo seguirá as seguintes recomendações:

  • Pessoas vivendo com HIV/aids com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses [condição que deixa o sistema imunológico menos capaz de combater determinadas infecções]. De acordo com o Ministério da Saúde, este público representa atualmente cerca de 16 mil pessoas em todo o país;
  • profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus [a família do vírus da monkeypox] em laboratórios com nível de biossegurança 3 (NB-3), de 18 a 49 anos de idade.

No caso da vacinação pós-exposição ao vírus, receberão as doses:

  • Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox, cuja exposição seja classificada como de alto ou médio risco.

Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o envio de doses será feito conforme o andamento da vacinação e de acordo com as solicitações dos estados e Distrito Federal. Por isso, na segunda-feira (13), muitos estados sequer iniciaram a campanha, por falta de doses.

Além disso, para a vacinação pré-exposição, é recomendado um intervalo de 30 dias com qualquer vacina previamente administrada. Em situação de pós-exposição, cujo principal objetivo é bloqueio da transmissão, a recomendação é que a aplicação seja realizada independentemente da administração prévia de qualquer imunobiológico.

Demora na imunização

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a liberação do uso da vacina Jynneos/Imvanex em agosto de 2022. A medida tinha validade de seis meses, mas quando o prazo esgotou em fevereiro, a pedido do Ministério, a agência prorrogou a dispensa de registro para que a pasta importe e utilize no Brasil o imunizante, que é fabricado pela empresa Bavarian Nordic A/S.

A vacina é destinada a adultos com idade igual ou superior a 18 anos e possui prazo de até 60 meses de validade, quando conservada entre -60°C e -40°C.

No segundo semestre de 2022, foram adquiridas por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e importadas pelo governo federal 49 mil doses da vacina, que não foram utilizadas até então. O governo Bolsonaro foi criticado por ignorar a recomendação de iniciar a campanha de imunização, que só ocorre agora.