Governo adia reunião e frustra servidores federais

Enquanto os trabalhadores cobravam um aumento de 13,5% para compensar as “perdas acumuladas”, governo propôs um reajuste linear de 7,8%

A campanha salarial emergencial dos servidores públicos federais entrou num impasse. Tudo porque a gestão Lula (PT) adiou por tempo indeterminado a nova rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente, prevista para esta terça-feira (7). Para lideranças sindicais ligadas ao funcionalismo, o governo errou não apenas por comunicar o adiamento na véspera – mas sobretudo porque deixou em aberto a nova data da reunião.

A frustração dos servidores – que estão há sete anos sem aumento salarial – levou o Fonacate (Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado) a promover nesta terça o Dia Nacional de Protestos. Trabalhadores divulgaram nas redes sociais o slogan “Recomposição Já!”, que virou a hashtag da manifestação. O Fonacate representa 36 entidades. Estima-se que há, hoje, cerca de 1,2 milhão de servidores federais civis ativos e aposentados, mais os pensionistas.

No início das negociações, enquanto os trabalhadores cobravam um aumento de 13,5% para compensar as “perdas acumuladas nos últimos anos”, o governo propôs um reajuste linear de 7,8%, além de R$ 200 a mais no auxílio-alimentação. A proposta foi recusada pelos servidores, e o governo já avalia um aumento de 9%. Porém, ao adiar a reunião, a equipe de Lula alegou que ainda não havia concluído uma contraproposta.

Entidades como a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) criticaram a falta de definição. “É importante que o governo dê celeridade à mesa de negociação para que possamos avançar na questão da reposição das perdas salariais do setor. O atraso no processo negocial cria desconfiança generalizada na categoria e não contribui para que haja um desfecho positivo nas negociações”, disse, em nota, a direção da Fasubra.

“É fundamental que o governo agende a reunião ainda nessa semana e apresente uma contraproposta que aumente o patamar orçamentário que foi apresentado. Também é importante que o governo instale as mesas específicas e revogue os decretos, INs e portarias que atingem os Servidores Públicos Federais”, acrescentou a entidade.

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