Luciana Santos visita Memorial da Democracia

Equipamento, inaugurado no fim do ano passado, contou com apoio decisivo da ministra, quando ela atuou como vice-governadora.

Fotos: Diego Galba

A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, visitou, nesta sexta-feira (25), o Memorial da Democracia de Pernambuco Fernando de Vasconcelos Coelho, um espaço dedicado a preservar a memória das lutas por liberdade e justiça social em Pernambuco. Quando atuou como vice-governadora, ela conduziu o grupo de trabalho que tirou o equipamento do papel.

“O memorial é resultado de um trabalho de gerações e expressa a força da nossa resistência. Está aqui um patrimônio do povo, que não só conta a história do combate à ditadura militar, mas de toda uma trajetória de lutas libertárias que Pernambuco tem. É um local para conhecer a história, preservar a memória e reafirmar a democracia “, disse a ministra.

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Na ocasião, Manoel Almeida, coordenador do GT do Memorial, entregou a Luciana uma placa, por sua contribuição ao projeto. ” A gente se reuniu na Vice-Governadoria e apresentou uma série de recomendações, que visava não só a continuidade da justiça de transição no estado de Pernambuco, como também a criação do Memorial, que é um órgão de continuidade, deve fazer pesquisa , deve trabalhar a questão do que é a tortura, etc”, detalhou.

Almeida ressaltou o caráter educativo do espaço. “É a educação do ‘nunca mais’. Se não fizermos esse trabalho educativo, as futuras gerações não sabem o que é democracia, fica parecendo que democracia se herda por DNA. E não se herda uma cultura democrática por DNA, mas por uma prática política, cultural, por conhecer o que não é uma democracia. Então, no fundo, o Memorial é uma homenagem aos mortos, aos movimentos sociais. E não é da direita nem da esquerda, porque a democracia é da sociedade”, afirmou.

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Inaugurado nos últimos dias de 2022, o Memorial fica no Sítio da Trindade, no bairro de Casa Amarela, e reúne vasto acervo documental. Conta com cinco salas de exposição, onde o visitante pode acessar versões digitais do relatório final da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC), com mais de 800 páginas, e os mais de 70 mil documentos coletados, entre prontuários, certidões de óbito, entrevistas e depoimentos.

O local escolhido para abrigar a iniciativa tem história. Já acolheu o Forte Arraial do Bom Jesus, no século XVII, foco de resistência contra os invasores holandeses. Seu chalé, entre 1960 a 1964, foi a sede do Movimento de Cultura Popular (MCP), que reuniu nomes como Paulo Freire, Abelardo da Hora e Francisco Brennand e teve as atividades encerradas após ser invadido por tanques na ditadura militar.

No novo equipamento, está previsto ainda o funcionamento de uma biblioteca, sala para palestras, debates e para exibição de filmes. Com entrada gratuita, o local é aberto para visitação de terça a domingo, das 10h às 18h.

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