Lula segue exemplo de Vargas e anuncia novo salário mínimo no 1º de Maio

Em 1º de janeiro, Lula já havia reajustado o mínimo de R$ 1.212 para R$ 1.302. As centrais sindicais querem elevação para R$ 1.343.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar no 1º de Maio, Dia do Trabalhador, mais um aumento do salário mínimo – o segundo em 2023. A informação – que já era esperada desde o início do ano – foi confirmada neste domingo (12) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

Em 1º de janeiro, por meio de uma medida provisória, Lula já havia reajustado o mínimo de R$ 1.212 para R$ 1.302. Além de repor a inflação de 2022 (que foi de 5,8%), o novo valor incorporou um ganho real de 1,5%.

Agora, em meio às negociações com as centrais sindicais pela retomada da política de valorização do salário mínimo, o governo estuda outro aumento. As centrais reivindicam uma elevação para R$ 1.343, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fala em um piso de R$ 1.320.

“Estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, declarou Marinho em entrevista à TV Brasil.

Ele também lembrou que valorizar o piso salarial dos trabalhadores brasileiros foi um dos grandes legados do primeiro governo Lula. “Conseguimos mostrar que era possível controlar a inflação, gerar empregos e crescer a renda, crescer a massa salarial dos trabalhadores do Brasil inteiro, impulsionado pela política de valorização do salário mínimo”, afirmou.

Segundo o ministro, um dos objetivos de restabelecer essa política, formalmente, é garantir “sustentabilidade, previsibilidade e credibilidade” para todos. “É importante que os agentes econômicos, o empresariado, os prefeitos e os governadores saibam qual é a previsibilidade da base salarial do Brasil – e o salário mínimo é a grande base salarial do Brasil”, ressaltou.

Com a ideia de divulgar uma medida relevante para os trabalhadores em pleno 1º de Maio, o governo Lula segue o exemplo do ex-presidente Getúlio Vargas. Sobretudo no período do Estado Novo (1937-1945), Vargas promovia comícios oficiais no Dia do Trabalhador para anunciar avanços como o salário mínimo, a Justiça do Trabalho e a própria CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Os atos lotavam os grandes estádios brasileiros da época, especialmente o São Januário, no Rio de Janeiro.

Em 18 de janeiro, durante encontro das centrais sindicais com Lula, Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), lançou a proposta em público. Como Lula é corintiano, Adilson brincou que o 1º de Maio com o presidente deveria ocorrer na Arena Corinthians, em Itaquera, na zona leste de São Paulo. “Queremos você no Itaquerão anunciando o salário mínimo das centrais sindicais.”

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