Ex-comandante da PM culpa Exército pela manutenção de acampamento golpista

O militar está preso desde terça-feira (7) acusado de ter atrasado a intervenção da PM para debelar os atos fascistas de 8/1

Acampamento em frente QG do Exército em Brasília( Foto: Reprodução da Rede Social)

O ex-comandante de Operações da Polícia Militar (PM) do Distrito Federal Jorge Eduardo Naime disse à Polícia Federal (PF) que o acampamento golpista em frente ao QG do Exército, em Brasília, seria desmobilizado antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas por ordem do comandante do Exército à época, general Júlio César de Arruda, a operação foi desmobilizada.

O militar está preso desde terça-feira (7) acusado de ter atrasado a intervenção da PM para debelar os atos fascistas de 8/1 que resultaram na invasão e depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes.

De acordo com ele, houve uma reunião no Palácio do Planalto em dezembro para a PM apresentar o plano de retirada dos golpistas do QG do Exército.

O plano era envolver “mais de 500 policiais, tropa de choque e aeronave” para retirar os golpistas do quartel-general. “Posteriormente chegou a informação que o general Dutra, por ordem do comandante do Exército, havia suspendido a operação”, relatou o militar.

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Ele fez referência ao general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, então comandante militar do Planalto, que suspendeu a operação por ordem do comandante Arruda.

“Houve diversas outras reuniões com esse objetivo, mas o Exército frustrou todos os planejamentos e tentativas”, afirmou o coronel em seu depoimento.

O militar negou que foi omisso nas falhas de segurança de 8/1, pois estava afastado durante o planejamento das ações.

Contudo, o interventor federal na segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, exonerou o coronel do cargo alegando que ele retardou propositalmente a linha de contenção durante os atos golpistas.

Coronel Jorge Eduardo Naime (Foto: Divulgação/PM)
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