Ato pede mobilização permanente por trabalhadores das Americanas

Segundo Ronaldo Leite, da CTB, objetivo do ato é preservar os empregos enquanto perdura a recuperação judicial das Americanas

Um ato nacional nesta sexta-feira (3), no Rio de Janeiro, cobrou respeito aos 44 mil trabalhadores das Lojas Americanas, que estão ameaçados de perder empregos e direitos. A manifestação nas ruas da Cinelândia, no Centro do Rio, contou com a participação de lideranças de seis centrais sindicais e duas confederações de trabalhadores do Comércio.

Eles denunciaram a crise na rede varejista, que acumula R$ 41,2 bilhões em dívidas e está em recuperação judicial. “O objetivo do ato é preservar os empregos enquanto perdura a recuperação judicial, responsabilizar os sócios-majoritários e garantir que nenhum trabalhador saia prejudicado”, afirmou Ronaldo Leite, secretário-geral da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

Em 25 de janeiro, as entidades moveram uma ação civil pública contra os três acionistas de referência da empresa – os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. A peça pede uma tutela de urgência para bloquear R$ 1,53 bilhão em bens desses empresários, que são acusados de terem cometido a maior fraude corporativa na história do Brasil. Para chegar ao valor, as entidades levaram em conta as 17 mil ações trabalhistas em curso contra as Americanas. Juntas, essas ações cobram um total de R$ 1,53 bilhão da empresa.

Segundo Ronaldo Leite, a pressão vai se intensificar nas ruas, com uma agenda permanente de lutas. “A CTB, todas as centrais sindicais e confederações do ramo estão participando da mobilização, que não termina hoje. É um conjunto de mobilizações que nós vamos fazer durante o próximo período.”

O Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro foi o anfitrião do ato. As centrais escolheram o Rio como palco do protesto porque foi no estado que, em 1929, o Grupo Americanas iniciou suas operações.

“Pedimos punição aos responsáveis pelo rombo de mais de R$ 40 bilhões e a proteção dos empregos e dos direitos. São mais de 44 mil trabalhadores internos – e o número chega a mais de 100 mil contando os indiretos”, discursou, no ato, o presidente do Sindicato, Márcio Ayer. “Vamos fortalecer essa luta em defesa dos trabalhadores e dos seus empregos.”

Também dirigente do Sindicato, Darlana Morgana Santiago – que é funcionária das Americanas – reiterou a necessidade de pressão sobre o trio Lemann, Sicupira e Telles. “Que a empresa responsabilize seus três principais acionistas para que os trabalhadores não sejam lesados de forma alguma”, disse Darlana. “Estamos aqui pela garantia de nenhum direito a menos aos trabalhadores. Nenhum trabalhador será passado para trás.”

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