STF recebe denúncia de mais 54 envolvidos nos atos golpistas

A Procuradoria-Geral da República denunciou mais uma leva de golpistas. Ao todo, PGR denunciou 98 pessoas ao STF.

Policial é agredido por golpista em dia de caos na capital federal: cenas de selvageria. Foto: Matheus Alves/Picture Alliance/Getty Images

Mais 54 pessoas serão investigadas por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro no Distrito Federal. A denúncia, entregue pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (23), corresponde aos crimes de incitação das Forças Armadas contra os poderes constitucionais e de associação criminosa. Estes golpistas estão entre os presos em Brasília.

Para fundamentar as denúncias contra os acusados, o subprocurador Carlos Frederico Santos, chefe da equipe que investiga os atos, afirmou que a associação entre os acusados ocorreu no acampamento instalado em frente ao quartel general do Exército em Brasília, logo após o resultado das eleições. 

Em entrevista à Agência Brasil, o substituto imediato do Procurador-Geral justificou que a associação criminosa foi derivada pela comprovação de “estabilidade e a permanência da associação formada por aqueles que acamparam em frente ao quartel são comprovadas”. Ele anexou diversas imagens às petições para comprovar que havia uma estrutura de forma a garantir a permanência dos investigados para cometer crimes contra a democracia. 

Segundo ele, o acampamento já funcionava “como uma espécie de vila, com local para refeições, feira, transporte, atendimento médico, sala para teatro de fantoches, massoterapia, carregamento de aparelhos eletrônicos, recebimento de doações, reuniões, como demonstram as imagens”, apresentou Santos. 

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A PGR já denunciou à Justiça, até agora, 98 pessoas. Destas, 39 foram detidas no Senado e 5 presas por envolvimento nos ataques ao STF.

Ainda nesta segunda (23), o ministro Alexandre de Moraes decidiu abrir mais três inquéritos solicitados pela PGR para investigar pessoas que participaram ou financiaram os atos. Nestes processos foram ampliadas as linhas de investigação contra financiadores, autores intelectuais e pessoas que praticaram o vandalismo, mas não foram presas em flagrante. Para otimizar o trabalho, a PGR pediu a separação dos dos inquéritos por eixo de investigação.

Até o momento, sete processos foram abertos pela Corte. Agora, caberá ao plenário do Supremo decidir se aceita a denúncia e transforma os acusados em réus, mas ainda não há data marcada para o julgamento.

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