Bolsonarista que destruiu relógio de Dom João VI já foi preso por tráfico

Antônio Cláudio Alves Ferreira tem passagem pela polícia, responde a pelo menos três processos criminais e já foi preso por duas vezes.

PF prende bolsonarista que invadiu o Palácio do Planalto e destruiu relógio de Dom João 6° em 8 de janeiro.

Tráfico de drogas, grave ameaça e roubo de veículo. O bolsonarista que invadiu o Palácio do Planalto e destruiu uma relíquia do século 17 foi encontrado em Uberlândia, Minas Gerais. Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos, foi preso nesta segunda-feira (23).

A ordem de prisão foi expedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, responsável pela investigação dos atos golpistas que aconteceram no dia 8 de janeiro no Distrito Federal.

Em uma das inúmeras imagens divulgadas da destruição nas sedes dos Três Poderes, chama atenção a do criminoso que aparece nas imagens das câmeras de segurança vestido com uma camiseta estampada com a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro no momento do ataque. Antônio aparece quebrando e derrubando os objetos que via pela frente. Violentamente, o criminoso joga ao chão o relógio histórico de valor inestimável.

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Em seguida, o criminoso derruba o móvel no qual a peça histórica estava exposta e tentou, sem sucesso, quebrar a câmera de segurança. Durante os atos criminosos que depredaram os prédios no Distrito Federal, várias outras obras de arte, relíquias e presentes foram destruídos, roubados ou danificados.

O relógio foi encontrado no chão, com os ponteiros e números arrancados. E a estátua de Netuno que ornamentava o topo da peça foi arrancada.

Peça de valor fora do padrão

Relógio de Balthazar Martinot exposto no Palácio de Versalhes, em Paris — Foto: Divulgação/Palácio de Versalhes

O relógio de pêndulo foi trazido ao Brasil em 1808 como um presente da Corte Francesa para Dom João VI, Rei de Portugal e Imperador do Brasil. Construído pelo relojoeiro francês, Balthazar Martinot – com design de André-Charles Boulle. ambos trabalhavam para o rei Luís XIV, o relógio é uma das duas obras existentes do relojoeiro. A outra, tem a metade do tamanho da peça do Brasil e está exposta no Palácio de Versalhes, em Paris.

A presidência da República informou que a obra tem “valor fora do padrão”. Especialistas em restauração do Iphan e da Unesco já deram declaração avaliando que será quase impossível recompor o funcionamento do relógio de mesa.

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