Itamaraty exonera diplomatas bolsonaristas de postos nos EUA

Foram oficializadas as remoções de Nestor Forster, do cargo de embaixador do Brasil em Washington, e da cônsul-geral em Nova York, Maria Nazareth Farani Azevêdo

O ex-embaixador em Washington, Nestor Forster (Foto: Embaixada dos EUA/Divulgação) e a ex-cônsul, Maria Nazareth Farani Azevêdo (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O Itamaraty oficializou a remoção de Nestor Forster do cargo de embaixador do Brasil em Washington, e da cônsul-geral em Nova York, Maria Nazareth Farani Azevêdo. A decisão foi assinada pelo novo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, na última sexta-feira (6) e publicada na edição desta segunda-feira (9) do Diário Oficial da União (DOU).

Indicados aos cargos por Bolsonaro, ambos tinham a saída dada como certa com o começo do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

À frente do cargo desde 1990, tendo atuado inclusive sob governos petistas, Nestor sempre foi categórico ao advogar em favor de Bolsonaro. Ele chegou a enviar cartas ao jornal norte-americano The New York Times defendendo aspectos do governo, como a postura do então chefe do Executivo no combate à pandemia, as políticas ambientais e o caráter “democrático” do mandatário.

Em dezembro de 2020, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem dizendo que o embaixador orientou Bolsonaro a não reconhecer a vitória de Biden na eleição presidencial norte-americana daquele ano. Na época, o Itamaraty negou a informação.

Em janeiro de 2022, Forster usou as redes sociais para lamentar a morte do bolsonarista Olavo de Carvalho, de quem era amigo. “É uma perda imensurável para o Brasil e todos que o conheceram. Através de sua obra, ele deixa um legado eterno”, escreveu.

Já Maria Nazareth foi chefe de gabinete do então chanceler Celso Amorim de 2005 a 2008, no governo Lula, ela chegou a ser cogitada como chanceler da ex-presidente Dilma Rousseff, antes de se aproximar do bolsonarismo.

O episódio mais marcante ocorreu em 2019 quando ela bateu boca com o ex-deputado federal Jean Wyllys no Conselho de Direitos Humanos da ONU para defender Bolsonaro. Na ocasião, ela era chefe da delegação do Brasil em Genebra. Em 2021 passou a cônsul na metrópole americana.

A gestão do presidente Lula ainda não indicou quem substituirá os diplomatas. No caso de Nestor Forster, o nome selecionado para substituir o embaixador deve passar ainda por uma sabatina no Senado.

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Com informações de agências

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