Empresários do Sul e Centro-Oeste bancam golpistas

Segundo o STF, financiadores são empresários do agronegócio, comércio e colecionadores de armas

Ônibus com bolsonaristas interceptado por policiais da PF (Foto: Divulgação/PF)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, identificou os primeiros financiadores dos atos golpistas que resultaram na depredação das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no domingo (8). São empresários do agronegócio, comércio, CACs (colecionadores de armas, atiradores desportivos e caçadores) de estados do Sul e Centro-Oeste.

“Nós temos uma investigação em curso, que vai ter vários desdobramentos. Nestes investimentos, já foram identificados os primeiros financiadores, sobretudo aqueles relativos aos ônibus, aqueles que organizaram o transporte, que contrataram os ônibus. Estas pessoas estão todas identificadas”, afirmou o ministro, que não divulgou os nomes.

Os financiadores dos atos terroristas terão que indenizar a União por toda a destruição promovida na Praça dos Três Poderes. Eles poderão responder também por associação criminosa e prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito.

O ministro disse ainda que os financiadores identificados são de vários ramos de negócios e estão espalhados por dez unidades federativas.

“Não é possível identificar um único segmento. O que posso afirmar é que a investigação está em curso; já foram feitas as primeiras individualizações [caracterizações da participação nos atos] e, com isso, haverá o prosseguimento que cabe: a aplicação das sanções previstas em lei”, acrescentou.

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A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que os financiadores do transporte possuem origem sobretudo nos estados do Mato Grosso e de Santa Catarina. Eles também seriam responsáveis em bancar os extremistas que foram retirados do acampamento em frente ao QG do Exército na capital federal.

“Tenho absoluta certeza, dentro da legalidade, que as instituições vão punir todos os responsáveis, todos aqueles que praticaram os atos, que planejaram os atos, que financiaram os atos e aqueles que incentivaram, por ação ou omissão, porque a democracia irá prevalecer”, assegurou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes durante a posse do novo diretor da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.

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