Ministério de Lula tem recorde de mulheres na história do Brasil

Presidente eleito concluiu anúncios nesta quinta (29). Governo Lula contará com 11 ministras e também confirma mulheres no BB e Caixa

Lula e Luciana Santos | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta quinta-feira (29) os ministros que faltavam para completar o primeiro escalão de seu governo e exaltou o número de mulheres nos ministérios. Ao todo, o governo Lula contará com 11 ministras.

  • Ana Moser, ministra do Esporte;
  • Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial;
  • Cida Gonçalves, ministra das Mulheres;
  • Daniela do Waguinho, ministra do Turismo;
  • Esther Dweck, ministra da Gestão;
  • Luciana Santos, ministra de Ciência e Tecnologia.
  • Margareth Menezes, ministra da Cultura;
  • Marina Silva, ministra do Meio Ambiente;
  • Nísia Trindade, ministra da Saúde;
  • Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento;
  • Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas;

Ocupando quase 30% das pastas, o número de mulheres é recorde na história da República e supera o número anterior, da então presidente Dilma Rousseff (PT), que chegou a ter 10 mulheres simultaneamente nos cargos.

“Eu estou feliz porque, nunca antes na história do Brasil, teve tantas mulheres ministras. Nunca antes. E estou feliz porque nunca antes na história do Brasil, tivemos uma indígena ministra dos Povos Indígenas”, disse Lula durante anúncio no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

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O presidente eleito disse ainda que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também serão presididos por mulheres, mas não divulgou nomes.

Confira abaixo as mulheres que já chefiaram ministérios (ou secretarias e órgãos com status ministerial) desde a redemocratização, em 1985. Os dados compõem os arquivos da Biblioteca da Presidência da República e não levam em conta ministras interinas. As informações são do Portal g1.

  • Governo Sarney (1985-1990): cinco anos, uma ministra

O governo teve 34 ministérios e órgãos vinculados à Presidência. Ao longo de cinco anos, 79 titulares passaram pelos cargos (alguns, por mais de uma pasta).

Desses, apenas uma era mulher. A economista Dorothea Werneck foi ministra do Trabalho por pouco mais de um ano, entre janeiro de 1989 e o fim do governo, em março de 1990.

  • Governo Collor (1991-1992): dois anos, duas ministras

O governo de Fernando Collor de Mello durou menos de dois anos, interrompido por um impeachment no fim de 1992. Teve uma Esplanada enxuta, com 17 ministérios e três secretarias de status ministerial. Ao todo, 23 pessoas se revezaram nos cargos titulares.

Em dois anos, duas mulheres foram ministras. A economista Zélia Cardoso de Melo foi ministra de Economia, Fazenda e Planejamento, e a assistente social Margarida Coimbra comandou o Ministério da Ação Social.

  • Governo Itamar Franco (1992-1994): dois anos, duas ministras

Vice de Collor e presidente após o impeachment, Itamar Franco manteve uma estrutura ministerial parecida com a de seu antecessor.

Em seu governo havia 23 postos com status de ministro para serem ocupados. A alta rotatividade, no entanto, fez com que 59 pessoas passassem pelos cargos em dois anos.

Desses, apenas dois foram de mulheres. Yeda Crusius foi ministra do Planejamento entre janeiro e maio de 1993, e Margarida Coimbra do Nascimento, ministra dos Transportes entre dezembro de 1993 e março de 1994.

  • Governo FHC (1994-2002): oito anos, duas ministras

No primeiro mandato, entre 1994 e 1998, FHC teve 58 ministros em 31 ministérios, secretarias e órgãos ligados à Presidência. Apenas Dorothea Werneck, que já tinha sido ministra de Sarney, ocupou um desses cargos: foi ministra de Desenvolvimento, Indústria e Turismo.

No segundo mandato, entre 1998 e 2022, os números foram parecidos. Eram 28 órgãos, pelos quais passaram 63 titulares. Novamente, apenas uma mulher: a socióloga Mary Dayse Kinzo foi ministra da Integração Nacional por três meses, de abril a junho de 2002.

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  • Governo Lula (2003-2010): oito anos, dez ministras

O primeiro governo Lula começou, em 2003, com cinco ministras:

Marina Silva (Meio Ambiente);
Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social);
Dilma Rousseff (Minas e Energia);
Matilde Ribeiro (Secretaria de Igualdade Racial);
Emília Fernandes (Secretaria de Políticas para Mulheres).

Marina, Benedita e Matilde ficaram no cargo por quatro anos, enquanto Dilma deixou a pasta de Minas e Energia para assumir a Casa Civil. Emília foi substituída em 2004 por Nilcea Freire, a sexta mulher a ocupar ministério no primeiro mandato de Lula.

No segundo mandato, entre 2007 e 2010, a lista variou pouco. Matilde Ribeiro, Nilcea Freire, Marina Silva e Dilma Rousseff mantiveram seus postos durante parte do segundo governo Lula.

Somaram-se à lista Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Marta Suplicy (Turismo), Erenice Guerra (Casa Civil) e Márcia Lopes (Desenvolvimento Social e Combate à Fome).

Ao todo, foram 71 ministros no primeiro mandato para 37 pastas, secretarias e órgãos com status ministerial. No segundo mandato, foram 73 ministros (incluindo os que foram mantidos do mandato anterior) em 37 postos federais.

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  • Governo Dilma (2011-2016): seis anos, 14 ministras

Primeira mulher a comandar o país, Dilma Rousseff assumiu a presidência em 2011 já batendo um recorde. A composição inicial dos ministérios de Dilma trazia nove mulheres:

Ana de Holanda (Cultura);
Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome);
Izabella Teixeira (Meio Ambiente);
Ideli Salvatti (Pesca e Aquicultura);
Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão);
Helena Chagas (Comunicação Social);
Maria do Rosário (Direitos Humanos);
Luiza Bairros (Igualdade Racial);
Iriny Lopes (Políticas para Mulheres).

Ainda no primeiro mandato, somaram-se à lista Marta Suplicy (Cultura), Eleonora Menicucci (Políticas para as Mulheres) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil). Quando Gleisi assumiu o cargo, em junho de 2011, o primeiro governo Dilma chegou a ter dez ministras simultaneamente.

Já o segundo mandato de Dilma foi menos diverso – resultado direto das dificuldades para compor uma base de apoio para o governo, e do espaço maior cedido a partidos de centro.

Nos quase dois anos que antecederam o impeachment, o governo manteve por algum tempo as ministras Tereza Campello, Nilma Gomes, Ideli Salvatti e Eleonora Menicucci. De novidade, apenas Kátia Abreu (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Inês Magalhães (Cidades, por dois meses).

  • Governo Temer (2016-2018): dois anos, três ministras

Empossado no cargo após o impeachment de Dilma Rousseff, Michel Temer tinha apenas duas ministras entre seus 31 ministros e secretários iniciais: Fátima Pelaes (Políticas para Mulheres) e Luislinda Valois (Direitos Humanos).

Em dois anos, foram 59 ministros e secretários. Apenas uma outra mulher foi nomeada: Grace Mendonça, que assumiu a Advocacia-Geral da União (AGU) entre 2016 e 2018.

  • Governo Bolsonaro (2019-2022): quatro anos, quatro ministras

O presidente Jair Bolsonaro enxugou o número de ministras. Foram apenas quatro nos quatro anos de mandato.

Na foto da posse presidencial, havia duas: Damares Alves (Direitos Humanos) e Tereza Cristina (Agricultura). Elas permaneceram nos cargos até março deste ano, quando saíram para disputar as eleições.

Damares foi substituída por Cristiane Brito. Além delas, apenas a ministra-chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, compõe a lista.

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com informações de agências

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