Bolsonaro e governo do DF terão que explicar medidas contra vandalismo

Alexandre de Moraes deu prazo até sexta-feira (16) para que eles informem as medidas adotadas pela segurança após os atos de depredação em Brasília

Ministro Alexandre de Moraes em entrevista coletiva (Foto: Antonio Augusto/Secom/TSE)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes estabeleceu, nesta quarta-feira (14), um prazo de 48 horas para que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, expliquem quais medidas foram adotadas em relação aos atos de vandalismo de bolsonaristas ocorridos na segunda-feira (12), em Brasília.

Ao menos três carros e cinco ônibus foram queimados durante os atos de vandalismo promovidos por apoiadores de Bolsonaro inconformados com o resultado da eleição. Além disso, eles tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) na capital. Nenhuma pessoa foi presa.

“Foram oficiados o ministro da Justiça e Segurança Pública e o governador do DF para, no prazo de 48 horas, informarem as medidas adotadas pelas forças de segurança em relação aos fatos específicos ocorridos em 12/12/2022”, diz ofício do ministro.

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Na decisão, Moraes destaca que os fatos aconteceram num contexto em que grupos passaram “a abusar do direito de reunião nos arredores de quartéis militares, com o intuito de abolirem o Estado Democrático de Direito, pleiteando um golpe militar e o retorno da Ditadura”.

O líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Renildo Calheiros (PE), lembrou que o governador do DF informou que orientou a polícia a identificar e punir bolsonaristas que praticaram atos de vandalismo no centro de Brasília. “É o mínimo que esperamos. Não há espaço para conivência com atos que atentem contra as liberdades”, disse.

(Foto: Reprodução/TV Globo)

Michelle

O ofício expedido pelo ministro foi após o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitar o indiciamento da primeira-dama Michelle Bolsonaro por patrocinar manifestações antidemocráticas. Moraes arquivou a queixa contra e determinou outras apurações.

Na noite anterior aos atos, a primeira-dama teria entregue uma bandeja de comida para manifestantes presentes no Alvorada. Sobre isso, Moraes considerou que “não há nenhum indício real de fato típico praticado pela representada ou qualquer indicação dos meios que a mesma teria empregado em relação às condutas objeto de investigação.”

Para Randolfe, a medida é uma resposta a ações que atacam a democracia. “Não podemos permitir que a intolerância ganhe espaço em nossa sociedade e nem que a impunidade permaneça. Os responsáveis precisam ser identificados e presos; não há o que esperar”, ressaltou.

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