“Governo vai voltar a ouvir o povo”, diz Lula

Presidente eleito reafirmou a integração da sociedade no planejamento de políticas públicas, decisões e ações do governo federal.

Foto: Ricardo Stucker

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, estiveram com integrantes do Conselho de Participação Social do Gabinete de Transição, nesta terça-feira (13), no CCBB, em Brasília.

No encontro, Lula reafirmou que o combate à fome, a melhoria da educação básica e do acesso da população às especialidades médicas no Sistema Único de Saúde (SUS) serão prioridades de seu novo governo.

“Não teria outro sentido em voltar a ser presidente da República se não fosse para fazer melhor do que foi feito na primeira vez. Tivemos uma experiência exitosa. Houve uma participação popular muito ativa. Além das 74 conferências nacionais que nós fizemos, tivemos centenas de reuniões de conselhos que discutiram todos os assuntos. Temos que voltar a fazer”, disse o presidente eleito.

Prioridades

Lula assumiu um compromisso público destacando como prioridade o cuidar da saúde e com o ensino básico do país. “Nós precisamos fazer um mutirão para melhorar o ensino básico nesse país. Vamos fazer um esforço muito grande para fazer escola de tempo integral, que além de permitir que a criança estude mais, vai diminuir a violência nas periferias porque elas estarão menos expostas”.

Para solucionar a questão da fome no país, Lula disse que o governo vai incentivar a produção de alimentos, por meio de programas de estímulo que foram a marca das gestões anteriores, como o PAA, o PNAE, além da retomada da Conab para a regulação de estoques.

Defendeu também a retomada do programa Farmácia Popular, “para que o povo possa voltar para a casa com o seu remédio”, e que será preciso fortalecer o SUS e, de forma decisiva, criando condições para que as pessoas tenham acesso às chamadas especialidades.

“O problema das pessoas mais humildes no país é que eles conseguem uma consulta em algum hospital. Então, quando o médico pede um exame mais sofisticado, como uma ressonância magnética, a pessoa espera dois anos para fazer. Ninguém aguenta ficar com dor esperando, sofrendo”, reclamou.

Lula sugeriu a manutenção do Conselho para “de tempos em tempos, fazer uma reunião com vocês e fazer uma avaliação de como a coisa está indo. Esse conselho precisa perdurar para a gente se reunir”, defendeu o presidente eleito.

O Conselho de Participação Social é integrado por representantes de 57 entidades sociais e populares de todo o país. Entre eles, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O representante da entidade é Ronald Ferreira dos Santos, ex-presidente do Conselho Nacional da Saúde (CNS). Ao Portal Vermelho, o sindicalista comemorou a promessa do presidente Lula que colocou a saúde como uma das três prioridades em seu governo.

Segundo Ronald, o dia de ontem foi importantíssimo. “Lula apresentou os caminhos para dar materialidade a essa esperança para quem trabalha com saúde pública. Foi isso que assistimos ontem, e em especial, eu, militante do SUS, da Saúde, fiquei muito feliz de ouvir do próprio presidente eleito que vai colocar o combate à fome e o direito à saúde, a defesa da saúde pública e a educação, como temas preferenciais de sua próxima gestão”.

Um dos últimos grupos a serem formados no gabinete de transição, o conselho teve 15 dias intensos de trabalho para montar um diagnóstico a ser entregue ao gabinete de transição no dia de ontem.

Segundo os conselheiros, neste documento, é apresentado uma sugestão de revogação de normas do atual governo que desviam a participação social no governo. O grupo propôs também a criação de órgão para garantir a participação social nos diferentes ministérios.

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