Êxito de Marrocos na Copa impulsiona causa palestina

Causa comum aos árabes, união pela Palestina ganha visibilidade na Copa do Mundo conforme torcedores e seleção marroquina carregam bandeiras.

Foto: Seleção de Marrocos

Os povos árabes têm aproveitado a repercussão da Copa do Mundo de futebol para espalhar o seu orgulho aos quatro ventos. Além de ser a primeira Copa realizada em uma país árabe, o sucesso da seleção de Marrocos tem impulsionado esse sentimento.

E o símbolo que une torcedores árabes e jogadores marroquinos tem sido a causa palestina. Nas ruas do Catar, com torcedores nas arquibancadas e com os atletas dentro de campo, as bandeiras da Palestina tomaram o mundial.

Esta tem sido a forma como os árabes têm se utilizado da visibilidade do evento para apoiar a questão palestina. Para quem empunha a bandeira do país é a forma de mostrar posição contrária ao intervencionismo dos Estados Unidos que impulsionou a criação do Estado de Israel e o consequente avanço sobre os territórios árabes da Palestina.

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Outro ponto a ser considerado é de que grande parte dos países árabes tem o Islã como principal religião, mas diversos países não árabes tem na população grande parcela de mulçumanos.

Em números absolutos, os países que têm maior número de islâmicos não ficam na África ou no Oriente Médio, são eles: Índia, Bangladesh, Indonésia e Paquistão.

Ao se considerar que apenar 25% da população do Catar nasceu no país e que grande parte dos residentes vieram de outros lugares em busca de emprego, principalmente da Índia, fica mais fácil entender a grande união em torno da causa Palestina.

Também se deve considerar os turistas advindos dos países árabes que são próximos ao Catar, o que deixa ainda mais evidente o grande apoio para Marrocos e para a causa palestina.

Apesar de o governo de Marrocos ter feito um acordo com Israel, em 2020, para reestabelecimento das relações entre os países, a reaproximação é vista como algo das elites, entre governos. Assim, a situação não tem aderência nas camadas populares do país, tanto que o nacionalismo árabe se sobrepuja ao fomentar a ideia da causa palestina.

Agora, Marrocos liderado Hakimi, Bono, Amrabat e Ziyech entra em campo pela semifinal da Copa contra a França, que possui diversos jogadores de ascendência árabe e africana. O jogo está marcado para quarta-feira (14), às 16 horas. Será a terceira partida contra um antigo colonizador: já eliminaram Espanha e Portugal.