ANP favorece empresas ligadas a ex-diretores da Petrobras

Com a ajuda de Castello Branco e da ANP, a 3R Petroleum se transformou numa máquina de lucro de R$ 5,2 milhões por dia nos últimos 3 meses.

Ex-presidnte da Petrobras, Castello Branco (ao centro) é diretor de empresaprivado que foi favorecida. l Foto: Valéria Gonçalvez / Divulgação

Para cumprir a missão dada a partir do golpe contra a presidenta Dilma que insistia no regime de partilha e no conteúdo local, a equipe que ainda ocupa a Agência Nacional de Petróleo tratou de potencializar ainda mais os negócios da 3R Petroleum, fechando os campos terrestres da sua principal concorrente na Bahia, que por sinal, são da Petrobras. Ao que tudo indica, as viseiras da ANP impediram que a auditoria visualizasse quaisquer campos privados na Bahia.

Pouco importa a redução de R$ 4 bilhões de faturamento bruto por ano, impactando diretamente o orçamento de sete municípios (Esplanada, Cardeal da Silva, Entre Rios, Alagoinhas, Catu, São Sebastião do Passé e Araças), que vão deixar de receber o pagamento de royalties e ISS, que é feito pela Petrobrás.

Leia também: Transição estuda alterar política de preços da Petrobrás

Pouco importam as 4.500 demissões que terão de ser feitas pelas diversas empresas que prestam serviços à Petrobrás nessas áreas. O trabalho da ANP era focal e missionário, contra a economia popular e a soberania brasileira.

A mesma equipe que fez vista grossa na migração de altos executivos com informações estratégicas da Petrobras e poder de influência sobre os negócios do óleo e gás da estatal para as concorrentes diretas. Pessoas que, enquanto gestoras da companhia, venderam ativos para empresas privadas e depois assumiram postos de comando nessas empresas privadas, como é o caso do ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco (3R Petroleum), dos gestores Jorge Celestino (Compass Gás e Energia) e Anelise Lara (Mubadala), como os próprios diretores da ANP que, coincidentemente, migraram para as empresas que abocanharam ativos da estatal.

Num último mutirão de beneficiamento privado, a ANP realiza inspeção e numa só canetada fecha 37 instalações terrestres de produção de petróleo e gás na Bahia, todos da Petrobras. A iniciativa beneficia diretamente os campos privados e, principalmente, os campos da 3R na Bahia que foram vendidos pelo então presidente da Petrobrás Roberto Castello Branco e que, depois, passou a presidente do Conselho de Administração da 3R. Além dele, outros 11 profissionais da 3R vieram da Petrobras.

Leia também: Petrobras ignora pedido da Transição de Lula e acelera privatizações

No último balanço divulgado, a 3R registrou receita líquida no terceiro trimestre deste ano de R$ 502 milhões, um aumento de 161% em relação ao mesmo período de 2021. Já o lucro líquido foi de R$ 469 milhões, aumento de 1.364%, se comparado ao trimestre anterior. Ou seja, com a ajuda de Castello Branco e da ANP, a 3R Petroleum se transformou numa máquina de lucro de R$ 5,2 milhões por dia nos últimos 3 meses.

Mas isso não basta. O escritório da 3R dentro da ANP tratou logo de abrir caminho para permitir à 3R quebrar a barreira do som: tirando o principal concorrente nos campos terrestres que, coincidentemente, são da Petrobras.

Autor