Deputados bolsonaristas usaram verbas de universidade para pagar apoiadores

Segundo reportagem e investigações, deputados Soraya Santos e Dr.Serginho, do PL-RJ, teriam se beneficiado com mais de R$ 2 milhões da Uerj para pagar cabos eleitorais

Investigações que estão sendo realizadas pelo Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) apontam que dois deputados bolsonaristas, Soraya Santos (federal) e Dr. Serginho (estadual), do PL-RJ, tiveram à sua disposição mais de R$ 2 milhões destinados a um “projeto” da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Pessoas contratadas para essa finalidade teriam, na verdade, se dedicado a atividades eleitorais dos dois parlamentares. 

O caso veio à tona após uma série de reportagens do portal UOL mostrando o mal uso dos recursos de órgãos públicos fluminenses. 

Segundo apurado, esses trabalhadores “fantasmas” da instituição de ensino teriam recebido R$ 26 mil por mês durante a campanha, em pagamentos feitos com recursos direcionados à Uerj pela Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec), órgão do governo estadual. 

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“Cinco de seis contatados pela reportagem disseram não saber de nenhum trabalho na Uerj. Um desligou o celular após ser questionado especificamente sobre o serviço na universidade. Todos eles afirmaram, em entrevistas feitas pessoalmente ou por telefone, ter apoiado informalmente ou trabalhado para as campanhas eleitorais dos deputados do PL. Esse grupo recebeu R$ 325 mil brutos entre abril e agosto (último mês que consta nas planilhas), segundo as tabelas enviadas pela Uerj ao TCE-RJ”, informa o site. 

Além disso, foi apontado haver indícios de que ao menos 45 desses contratados têm ligação com os dois deputados bolsonaristas. Esse grupo teria recebido, ao todo, mais de R$ 2,3 milhões da universidade. Dentre as pessoas que fazem parte da relação, algumas afirmam que seus dados foram usados indevidamente.

Os parlamentares negaram as irregularidades e a Uerj afirmou “desconhecer a influência de qualquer parlamentar” na escolha de seus colaboradores.  

O caso também está sendo investigado pelos ministérios públicos Estadual e Eleitoral e podem levar as ações de improbidade e perda de mandato.

(PL)

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