Argentina e Marrocos jogam para evitar que final de 2018 se repita

Sem a participação do Brasil novamente, confrontos das semifinais colocam França e Croácia, campeã e vice-campeã da Copa de 2018, como postulantes a mais uma final.

Foto: Fifa/AFA

Muitos brasileiros consideram que a Copa do Mundo acabou, após mais um desengano com a seleção masculina de futebol. Mesmo não prometendo tanto, esperava-se que os atletas e comissão técnica entregassem algo além das quartas de final.

Neymar que antes era chamado de “menino Ney” – pela irreverência para uns, ou falta de maturidade para outros – alcançou o status de “adulto Ney”, nos últimos tempos, na perspectiva de quem o defende, indicando o seu amadurecimento. Mas a situação não se reflete para dentro de campo e o jogador continua se colocando acima da seleção.

Ainda que tenha marcado um golaço, nada adianta a mídia futebolística recuperar imagens de Neymar criticando os companheiros por não saberem amarrar o jogo para evitar o gol marcado pela Croácia. Antes do contra-ataque trágico, quem deveria liderar a equipe naquele momento era ele, com bola no pé e orientando os demais.

Sem contar que nada irá apagar da memória dos brasileiros que Neymar não tenha batido uma das penalidades. Por ser o melhor cobrador deveria ter pedido para bater a cobrança enquanto era possível para dar mais chances ao Brasil. Como líder que acha que é, poderia se impor à decisão da comissão técnica, caso tenha sido este o motivo. Todavia, o que nota-se é o estrelismo em fechar as batidas de pênaltis para posar como herói.

Em outra frente, com sentimentos descompassados, o capitão Thiago Silva chorou copiosamente em 2014, quando a seleção precisava de apoio para vencer uma disputa de pênaltis. Na eliminação para a Croácia, nenhuma lágrima agora que nada mais poderia ser feito.

Com a derrota, ficou ainda mais escancarada a bagunçada convocação de Tite. Na maior polêmica, o treinador não levou um lateral direito reserva em condições de atuar no nível que a Copa requer. Tirar Éder Militão, que fazia uma boa partida pela direita, e devolver Danilo para a sua posição original na direita durante a prorrogação foi a assinatura de recibo pela comissão técnica.

O gol que o Brasil sofreu foi construído pelo lado em que Militão atuava e que Danilo teve que cobrir ao mudar de lado em um momento crítico da partida. Ao final do jogo foi explicado que Militão pediu para sair. Divulgaram-se números de que ele havia percorrido 11 quilômetros e estava desgastado. No entanto, todos sabem que o jogador estava pendurado com um cartão amarelo e se tomasse outro seria suspenso. Ou seja, fica a desconfiança sobre a ação para poupar o atleta já pensando na fase seguinte. Detalhe: o croata Brozovic percorreu 15,6 km na partida.

A Copa continua

Apesar de tudo isso, a bola continua rolando e as semifinais da Copa do Mundo de Futebol do Catar estão definidas: Croácia X Argentina e França X Marrocos.

Os algozes brasileiros agora enfrentam a Argentina de Messi, que luta pelo tricampeonato. Em 2014, os argentinos bateram na trave ao perderem a final para a Alemanha na Copa disputada no Brasil.

Os croatas lutam para ir, mais uma vez, para a final. Na Copa da Rússia disputaram contra a França, que está na outra semifinal e o duelo pode se repetir. Em 2018, os franceses venceram por 4 a 2.

O jogo entre Croácia e Argentina está marcado para terça-feira (13), às 16 horas.

Na outra semifinal está França e Marrocos. Os franceses venceram no sábado (10), por 2 a 1 a seleção inglesa e avançam mais uma etapa.

A última vez que uma seleção campeã chegou a uma semifinal na Copa seguinte aconteceu com o Brasil, vencedor em 1994 que em 1998 disputou a semifinal contra a Holanda. O Brasil venceu nas penalidades com o técnico Zagallo apoiando os jogadores dentro de campo de forma efusiva, muito diferente dos tempos atuais. Na oportunidade, o Brasil perdeu o jogo final para a própria França, quando venceu pela primeira vez o torneio.

Os franceses disputarão a semifinal contra a sensação Marrocos. A seleção africana foi adotada por diversos torcedores por suas façanhas e pelo futebol coletivo desempenhado. Invicta na Copa, com apenas um gol sofrido em cinco jogos, a seleção de Marrocos agora representa mais do que os árabes, a África ou o hemisfério Sul no Catar.

Para chegar nas semis, eliminou Portugal ao vencer a partida por 1 a 0.  Antes já havia vencido a Espanha. Agora os marroquinos jogarão tudo o que podem para mostrar os motivos de o futebol ser bonito e imprevisível. Mas, sobretudo, para dar sua contribuição e impedir que uma final entre Croácia e França se repita.

O jogo entre França e Marrocos está marcado para quarta-feira (14), às 16 horas.