Trabalhadores da Cagece protestam por respeito a salários e direitos

Trabalhadores terceirizados da Companhia de Água e Esgoto do Ceará realizam manifestação na manhã desta quinta (8) denunciando seguidos atrasos de salários e direitos pela empresa Somos Capital Humano.

Foto: reprodução

Trabalhadores e trabalhadoras terceirizados que prestam serviço à Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) em diversas unidades em Fortaleza e no interior do Estado sofreram, durante a maior parte de 2022, com atrasos em salários e direitos, desrespeito e falta de informações e respostas, mesmo com ações judiciais, paralisações de atividades, denúncias na imprensa, realização de manifestações pelos profissionais terceirizados contratados pela empresa ‘Somos Capital Humano’.

Protestando contra a continuidade dessa situação, trabalhadores e o sindicato que representa a categoria, o Seeaconce (Sindicato dos Empregados em Empresa de Asseio e Conservação e Administração de Imóveis Comerciais, Residenciais, Flats, Imobiliária e Limpeza Pública do Estado do Ceará), realizam nas primeiras horas desta quinta-feira (8) manifestação na unidade aeroporto da Cagece, em Fortaleza, na Av. Lauro Vieira Chaves, 1030. A manifestação conta com trabalhadores da capital e do Interior, de diversas unidades da Cagece, contratados pela empresa Somos.

Tanto a direção da Cagece quanto o Governo do Estado conhecem a situação, mas se omitem na busca por uma solução, desta o sindicato Seeaconce, dos empregados terceirizados de limpeza pública, asseio e conservação e outras categorias. Apesar de várias reuniões já realizadas, o problema persiste, prejudicando inúmeros trabalhadores que já ganham pouco e ainda são desrespeitados ao receber em atraso seus salários e direitos previstos em convenção coletiva.

O Seeaconce chegou a conquistar na Justiça decisão favorável a uma ação a favor dos direitos dos trabalhadores terceirizados da Cagece, contratados pelas empresas Somos Capital Humano Ltda, que vem cometendo seguidos atrasos de salários e de direitos, conforme o sindicato denuncia há vários meses.

Embora a empresa ainda pudesse recorrer, a Justiça deu decisão inicial favorável ao Seeaconce e condenou a empresa Somos a cumprir vários pedidos feitos pelo Sindicato para que a empresa, enfim, fosse obrigada a cumprir diversas cláusulas da convenção coletiva dos trabalhadores terceirizados 2021-2022, como:

a) Diferenças salariais, de vale-refeição e cesta básica

b) Prazo correto de pagamento dos salários

c) Pagamento de diárias

f) Multa por descumprimento de cláusulas convencionais

A Justiça, através da 2ª. Vara do Trabalho de Sobral, Tribunal Regional do Trabalho da 7ª. Região, também condenou a Cagece reconhecendo a responsabilidade subsidiária da empresa sobre a situação desses trabalhadores e sobre todas as obrigações que devem ser cumpridas pela empresa Somos diretamente aos empregados terceirizados, sobre diferenças salariais, de vale-refeição e cesta básica, prazo de pagamento dos salários, pagamento de diárias.

Para a presidente do Seeaconce, Penha Mesquita, a decisão na ação judicial que beneficia trabalhadores terceirizados é fruto da luta do Sindicato e dos trabalhadores, da qualidade da Assessoria Jurídica do Seeaconce mas principalmente do caráter justo da luta dos trabalhadores.

“Há muito tempo vários colegas trabalhadores terceirizados representados pelo Seeaconce vêm sofrendo com os diversos atrasos de salários e direitos, com a irresponsabilidade e a indiferença da empresa Somos, que sequer responde as mensagens e reclamações dos trabalhadores, e o sentimento de injustiça e desrespeito com quem trabalha e tem direito a receber na data correta seus salários e seus benefícios devidos”, ressalta Penha Mesquita.

“Felizmente o Seeaconce está sempre presente na defesa dos trabalhadores, publicou diversas notas sobre a situação dos terceirizados da empresa Somos e sobre a necessidade da Cagece e do governo do Estado tomarem atitudes para resolver. Também realizamos uma manifestação na sede da empresa, E agora essa manifestação na unidade aeroporto da Cagece”, acrescenta a presidente do Sindicato.

“Vamos seguir acompanhando a situação dos trabalhadores e cobrando que todos os pagamentos sejam feitos o quanto antes e que não haja mais esse tipo de constrangimento e desrespeito aos terceirizados e às terceirizadas”.

(BL)

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