MPF denuncia Roberto Jefferson por 4 crimes e pede indenização para policiais 

Denúncia trata do ataque do ex-deputado a agentes da PF no dia 23 outubro, quando foram disparados cerca de 60 tiros, além do uso de granadas. Dois policiais ficaram feridos

Foto: Seap/RJ

O bolsonarista Roberto Jefferson foi denunciado, nesta quarta-feira (7), pelo Ministério Público Federal por quatro crimes referentes ao ataque que promoveu contra policiais federais em outubro. O ex-deputado terá de responder na Justiça por quatro tentativas de homicídio contra os agentes, resistência qualificada, posse de arma de fogo e munição de uso restrito e permitido, além de posse e adulteração de granadas. 

A denúncia pede, ainda, indenização aos policiais atacados, com o pagamento de R$ 50 mil para cada um dos dois agentes feridos, pelos danos materiais e imateriais sofridos; R$ 30 mil para os outros dois que participaram da operação pelos danos imateriais sofridos e R$ 26.780 pelos reparos feitos na viatura policial.

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A ação diz respeito ao episódio ocorrido no dia 23 de outubro, quando Jefferson recebeu com tiros e explosivos os agentes da PF que foram à sua residência, em Levy Gasparian (RJ) para cumprir mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Conforme recorda notícia veiculada pelo MPF, “ao perceber a presença policial no portão de sua casa, pelas câmeras de circuito interno de segurança, Jefferson grava um vídeo dizendo que não vai se entregar. Nesse momento, ele se posiciona na varanda da casa”. 

De lá, continua, “o ex-parlamentar lança contra os policiais uma granada adulterada com pedaços de pregos cortados envoltos por fita adesiva. Ao retirar o pino do artefato, ele anunciou, de forma debochada, que a lançaria e gritou: ‘vocês estão juntinhos aí, vão machucar’”.

Na sequência, o ex-deputado efetuou inicialmente 30 disparos de carabina. Depois, mesmo sabendo que havia agentes feridos, Jefferson lançou outras duas granadas e fez uma nova série de cerca de 30 tiros. 

Na denúncia, o MP destaca ainda que uma criança que participava de uma festa na casa vizinha “lesionou gravemente” a costela, segundo uma testemunha, ao correr depois que o tiroteio e as explosões tiveram início. 

“Existem marcas de tiros nessa casa e pedaços de prego que adulteraram a granada nessa casa. No meio do desespero dos tiros, as crianças saem correndo porque estavam brincando na varanda, uma criança cai e tem a costela fissurada – pra mostrar o cenário de horror [do local]”, disse o procurador Charles Stevan da Mota Pessoa, segundo o G1.

No dia seguinte ao ocorrido, em 24 de outubro, Jefferson foi indiciado pela PF por quatro tentativas de homicídio. Desde o ataque, ele está preso em Bangu 8.