Bolsonaro deixa universidade em MG com R$ 71 na conta

Segunda maior universidade federal de Minas Gerais, com 32 mil alunos, UFU não tem verbas para pagar os auxílios estudantis e os mais variados serviços, como alimentação, segurança e limpeza.

Os sucessivos bloqueios orçamentários do governo Jair Federal podem levar ao fechamento da segunda maior universidade federal de Minas Gerais, onde estudam 32 mil alunos. Sem verbas para pagar os auxílios estudantis e os mais variados serviços (como alimentação, segurança e limpeza), a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) corre o risco de fechar as portas.

Em 28 de novembro, logo após mais um corte, a conta bancária da UFU tinha apenas R$ 71. “Esse recurso deixou de existir”, declarou ao jornal O Globo Valder Stefen Júnior, reitor da universidade. Segundo ele, o saldo bancário da UFU “foi zerado, sem a possibilidade de usar cheque-especial. É uma situação de extrema gravidade”.

Após cortar R$ 9 milhões da universidade em junho, Bolsonaro bloqueou mais R$ 2,6 milhões no mês passado. “Além do limite de empenho de R$ 2,6 milhões ter sido zerado novamente, pagamentos já programados, de R$ 3,75 milhões, também foram cancelados. Isso significa que todos os contratos, bolsas e auxílios deixaram de receber”, detalha O Globo. A UFU já entrará em 2013 com uma dívida de R$ 13 milhões.

Hoje, a Assistência Estudantil da UFU é fundamental para garantir a democratização do ensino superior em Uberlândia. “Em torno de 1.450 estudantes dependem diretamente de apoio financeiro da instituição para moradia, alimentação, transporte, entre outros”, diz Elaine Saraiva Calderari, pró-reitora de Assistência Estudantil da UFU.

“Estamos falando de estudantes das categorias de faixa econômica E e D, com renda per capita até um salário mínimo, que não terão como pagar suas contas para comer, sobreviver, pagar moradia. Nitidamente irão abandonar seus cursos”, agrega Elaine.

Antes que estudantes deixem a universidade, o risco é o de que a universidade deixe antes seus alunos. “Chegamos a uma situação absolutamente inaceitável, injusta e incompatível à gestão pública”, afirmou na segunda-feira (5/12), em nota, a UFU. O presidente que não construiu uma única federal pode ficar marcado por um governo que, ao contrário, reduziu universidades.

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